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Polícia nas ruas de Freetown, capital de Serra Leoa Polícia nas ruas de Freetown, capital de Serra Leoa 

Serra Leoa: diminuem os violentos protestos contra a crise econômica

A situação está sob controle no país africano, onde manifestações violentas eclodiram nos últimos dias na capital Freetown e em várias cidades por causa do aumento dos preços dos bens de primeira necessidade. Já marcada pela guerra civil dos anos 90, Serra Leoa enfrenta uma grave crise econômica, com mais de 40% da população vivendo com menos de dois dólares por dia.

Tiziana Campisi – Pope

O balanço provisório das manifestações em Serra Leoa é de pelo menos 24 mortos: seis policiais mais uma dúzia de civis. Após os protestos dos últimos dias, a calma voltou ao país da África Ocidental. No estado mais pobre do continente africano, o descontentamento da população com o alto custo de vida levou a motins e confrontos com a polícia nos últimos dias, o que só acalmou ontem, depois que o governo, numa tentativa de conter a violência, impôs um toque de recolher e bloqueou a internet. Centenas de pessoas protestaram porque se encontravam em condições extremas devido ao agravamento das condições econômicas causadas pelo forte aumento dos preços do arroz, do petróleo e consequentemente do combustível.

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A iniciativa partiu de um grupo de mulheres comerciantes, que apelaram para uma manifestação pacífica após vários apelos lançados nas redes sociais. A ex-colônia britânica, com seus 7,5 milhões de habitantes, vive uma situação difícil, marcada pela guerra civil, que dilacerou o país de 1991 a 2002, a epidemia de Ebola, que eclodiu em 2014, a pandemia da Covid-19 e as consequências da guerra na Ucrânia.

Manifestações em várias cidades do norte

Os protestos no país, onde, segundo o Banco Mundial, mais da metade da população vive abaixo da linha de pobreza, concentraram-se no norte e no oeste. Na quarta-feira, ocorreram violentos confrontos na capital Freetown, onde manifestantes exigiram a demissão do presidente, Julius Maada Bio, considerado incapaz de conter a crise econômica, em Kmakawi e Makeni. Os manifestantes atiraram pedras nas forças de segurança e queimaram pneus. As imagens circuladas na mídia mostraram nuvens de fumaça, gás lacrimogêneo e oficiais armados que ocupavam as ruas. Várias delegacias de polícia foram vandalizadas. O Chefe de Estado, em visita particular ao Reino Unido, voltou imediatamente ao país para enfrentar a emergência.

Nos dias passados a conexão com a Internet foi em grande parte bloqueada, as lojas permaneceram fechadas na capital e as pessoas, temerosas de agitação, não saíram de suas casas. A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse estar "alarmada com os muitos mortos e feridos" em Serra Leoa e exortou o governo a "realizar investigações rápidas, imparciais e minuciosas", acrescentando que as autoridades "devem autorizar protestos pacíficos, ao invés de impedi-los, e abster-se de respostas desproporcionais e desnecessárias, como o bloqueio da internet e a imposição de toque de recolher".

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12 agosto 2022, 10:18