Mais de 2 milhões de ç deixaram a âԾ em busca de segurança
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Em seus tantos apelos pelo fim da guerra na Ucrânia, o Papa Francisco não deixa de citar, entre outros, as crianças. Não foi diferente no final da Audiência Geral desta quarta-feira, 30, quando voltou a denunciar a crueldade selvagem da guerra:
Uma guerra, aliás, que já obrigou 2 milhões de crianças a abandonar a Ucrânia, sem falar nas 2,5 milhões que são deslocadas internas. E “a situação está se deteriorando”, alerta a diretora do UNICEF Catherine Russel. “À medida que o número de crianças que deixam suas casas continua a aumentar, devemos lembrar que cada uma delas precisa de proteção, educação, segurança e apoio".
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos documentou que mais de 100 crianças foram mortas no conflito e outras 134 ficaram feridas. O número real é provavelmente muito maior.
O que torna toda a situação mais trágica, é que as crianças representam metade de todos os refugiados de guerra na Ucrânia, de acordo com o UNICEF e o ACNUR. Mais de 1,1 milhão delas chegaram à Polônia, centenas de milhares estão chegando à Romênia, Moldávia, Hungria, Eslováquia e República Tcheca.
Assim como outras entidades, também o organismo da ONU chama a atenção para os riscos agravados de tráfico e exploração. Para tentar reduzir os riscos que crianças e jovens enfrentam, UNICEF, ACNUR, governos e parceiros da sociedade civil estão implementando "Blue Dots" em países que acolhem refugiados, incluindo Moldávia, Romênia e Eslováquia. Os “Blue Dots” (Pontos Azuis) são espaços seguros para fornecer informações às famílias que viajam, ajudar a identificar crianças desacompanhadas e separadas e garantir sua proteção contra a exploração e servir como um centro de acesso a serviços essenciais.
Também é realizado um trabalho com governos nacionais e outras autoridades da região para preparar outras medidas para manter as crianças seguras, inclusive fortalecendo os processos de monitoramento para a proteção das crianças nas passagens de fronteira.
Outra preocupação é com crianças e famílias retidas ou impossibilitadas de deixar áreas cercadas devido ao aumento dos riscos de segurança e à falta de saídas seguras. Relatos de grave escassez de alimentos, água, aquecimento e outros serviços básicos continuam a aumentar, destacando a importância do acesso humanitário seguro e irrestrito a todas as áreas do país.
Um fato positivo, é que algumas crianças que fugiram da Ucrânia ainda podem acessar seu currículo escolar ucraniano on-line. Para outras, no entanto, ações coletivas devem ser tomadas, inclusive pelos países que acolhem refugiados, para garantir que sua educação continue. Para além da oportunidade de continuar a aprender, o acesso à educação também confere às crianças uma certa estabilidade, proteção e sentimento de pertença num momento de incerteza.
*Com UNICEF
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