Iêmen: novos ataques entre rebeldes e coalizão árabe
Marco Guerra – Pope
Continuam as violências no Iêmen, seis anos após o início da guerra civil envolvendo várias potências regionais. No domingo (07), a coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, que apoia o executivo reconhecido internacionalmente, lançou vários ataques aéreos contra a capital Sanaa, controlada pelos rebeldes xiitas Houthi, apoiados pelo Irã.
Capital Sanaa bombardeada
"A operação militar visa destruir a infraestrutura militar do grupo Houthi em Sanaa e em várias outras províncias", afirmou a coalizão de acordo com a agência oficial de notícias saudita. Por sua vez, os Houthis anunciaram que foram sete ataques aéreos à capital, com enormes colunas de fumaça.
Os ataques em território saudita
Os ataques foram lançados depois que a coalizão sunita anunciou que havia interceptado 10 drones armados lançados contra o reino saudita por rebeldes iemenitas. O próprio Houthi confirmou os ataques com drones armados a alvos militares nas cidades sauditas de Dammam, Asir e Jazan. Recentemente o grupo Houthi intensificou os ataques transfronteiriços à Arábia Saudita, em um momento em que os Estados Unidos e as Nações Unidas estão pressionando por um cessar-fogo para reavivar as negociações políticas atualmente paralisadas para acabar com a guerra. Nos últimos dois anos, houve vários ataques a instalações petrolíferas em território saudita.
O incêndio no centro para migrantes
Também neste domingo (07), o Iêmen viveu uma tragédia ligada ao fenômeno da imigração proveniente do norte da África que se dirigem para os países ricos do Golfo. Pelo menos oito pessoas morreram e 170 ficaram feridas em um incêndio em uma instalação para migrantes na capital Sanaa. A Agência de Migração das Nações Unidas (OIM) informa que o número total de mortes causadas pelo incêndio, cuja causa permanece pouco clara, poderia ser maior. A OIM está fornecendo assistência médica de emergência aos feridos, dos quais mais de 90 em estado grave, e distribuindo alimentos para as pessoas atingidas.
Emergência humanitária
A agência da ONU estima que milhares de migrantes tenham ficado bloqueados no Iêmen após a imposição de restrições de trânsito devido à pandemia do coronavírus na região do Golfo e do Chifre da África. Cerca de 100 mil migrantes chegam ao Iêmen todos os anos por mar, vindos do Chifre da África, esperando seguir para o norte, para a rica Arábia Saudita e mais além. A guerra de seis anos no Iêmen também criou uma terra de deslocados, com 80% da população dependente de ajuda; as próprisa Nações Unidas chamaram a situação no país da Península Arábica de "a emergência humanitária mais grave do mundo".
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