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Terra Santa. Coordenação dos Bispos: apelo a uma paz justa entre israelenses e palestinos

"A comunidade internacional deve responsabilizar Israel por seu dever moral, legal e humanitário de tornar as vacinas contra a Covid-19 acessíveis aos palestinos na Cisjordânia e em Gaza, e encorajar a cooperação por parte da Autoridade Palestina, acolhendo a mensagem do Papa Francisco de que ‘diante de um desafio que não conhece fronteiras, não podemos erguer muros’", frisam os bispos que também lamentam "a falta de progressos políticos" que continua "corroendo qualquer perspectiva de uma solução pacífica de dois Estados"

Pope

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"Ressaltamos a importância de que as lideranças israelense e palestina se comprometam novamente em negociações diretas. Pedimos a nossos governos e líderes políticos que renovem urgentemente sua participação ativa na busca de uma paz justa, apoiando o diálogo entre todas as partes, protegendo o direito internacional e reafirmando a pluralidade de Jerusalém, dado seu significado único para judeus, cristãos e muçulmanos."

Esta é uma das principais passagens do comunicado final emitido pela Coordenação da Terra Santa na conclusão de sua reunião anual destes dias. O evento foi realizado pela primeira vez on-line por causa da pandemia da Covid-19.

Participaram virtualmente 15 bispos de 11 conferências episcopais de vários países (EUA, Canadá, África do Sul e países da União Europeia) que discutiram a condição dos cristãos na região, com o objetivo de "expressar a solidariedade da Igreja no mundo inteiro com os cristãos da Terra Santa" e chamar a atenção internacional para a situação deles no difícil contexto político local.

Acolher a mensagem do Papa Francisco

"A comunidade internacional - continua a nota episcopal - deve responsabilizar Israel por seu dever moral, legal e humanitário de tornar as vacinas contra a Covid-19 acessíveis aos palestinos na Cisjordânia e em Gaza, e encorajar a cooperação por parte da Autoridade Palestina, acolhendo a mensagem do Papa Francisco de que ‘diante de um desafio que não conhece fronteiras, não podemos erguer muros’."

A Coordenação da Terra Santa reitera, portanto, seu compromisso "resoluto" a apoiar "as irmãs e irmãos na pátria de Cristo" e expressa sua proximidade pela "missão, resiliência e testemunho" deles agora oferecidos, "nestas circunstâncias sem precedentes".

Hoje, de fato, "tornou-se dolorosamente claro - explicam os bispos - que há menos razões para otimismo do que em qualquer outro momento anterior da história". Efetivamente, os desafios de saúde causados pelo coronavírus no mundo inteiro, na Terra Santa "são agravados pelo conflito", enquanto "a ausência de peregrinos internacionais exacerbou as dificuldades econômicas generalizadas, aumentou os níveis de desemprego e empurrou muito mais famílias para a pobreza".

Apoiar os cristãos na Terra Santa

A Coordenação episcopal também lamenta "a falta de progressos políticos" que, "juntamente com a inexorável expansão dos assentamentos e o impacto da lei Estado-nação de Israel", que define Israel como um Estado judaico de modo exclusivo, continuam "corroendo qualquer perspectiva de uma solução pacífica de dois Estados".

“Daí, o forte apelo lançado pela Coordenação da Terra Santa a fortalecer 'a solidariedade com o povo da Terra Santa', uma solidariedade que não deve ser 'um sentimento vago, mas uma determinação firme e perseverante de comprometer-se com o bem comum'.”

"Temos a profunda responsabilidade" - enfatizam os prelados - de apoiar os cristãos na Terra Santa", porque as escolas, clínicas, hospitais e outros projetos sociais da Igreja, incluindo o trabalho da Caritas, "embora sob grande pressão, são modelos de caridade, justiça e paz". Tais instituições cristãs são "vitais" para reunir pessoas "provenientes de muitos diferentes ambientes" e no colocar-se a serviço do "bem comum de todos".

Assistência e oração por todos os povos da região

Em seguida, a Coordenação dos bispos destaca que a comunidade cristã da Terra Santa, "ainda que pequena, é uma importante garantia de coesão social e portadora de esperança por um futuro melhor".

Daí, a esperança de que se possa voltar em breve em peregrinação à região, de modo a apoiá-la em primeira pessoa. "Até lá - concluem os bispos - encorajamos nossas comunidades a fornecer toda a assistência possível e a lembrar em oração todos os povos da região".

O comunicado final é assinado por todos os bispos membros da Coordenação da Terra Santa, incluindo o bispo de Clifton, na Inglaterra, e presidente do órgão, dom Declan Lang.

Pope – IP/RL

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26 janeiro 2021, 10:22