Igreja nos EUA exorta ao trabalho pela reconciliação nacional
Francesca Sabatinelli e Antonella Palermo – Pope
Os Estados Unidos fazem as contas com as falhas de segurança interna. O ataque ao Capitólio, com saldo de 5 mortos, 13 feridos e 33 prisões, evidenciou a dificuldade da polícia diante da fúria dos manifestantes. As investigações do ocorrido irão continuar, assim como prossegue a onda de demissões na Casa Branca, enquanto se conta uma nova vítima fatal, um policial que havia sido ferido.
O país agora aguarda com ansiedade o 20 de janeiro, dia da posse de Joe Biden. O presidente eleito não tem intenção - apesar das demandas dos democratas - de abrir processo de impeachment contra Trump, nem de recorrer à 25ª emenda da Constituição. Em seu discurso de ontem, quinta-feira, apesar de ter acusado Trump de atentar contra a democracia e provocar violência com seus quatro anos de presidência, Biden descarta a ideia da destituição do presidente que está deixando o cargo, porque não ajudaria a unificar o país.
Transição suave e pacífica
Após inúmeras batalhas judiciais para contestar a vitória do oponente, Trump admite a derrota e, sem nunca citar Biden, fala da nova administração que terá início em 20 de janeiro, reiterando sua intenção de garantir uma transição “suave e pacífica” de poder. O momento exige cura e reconciliação, explica Trump, em mensagem de vídeo, dizendo que está pronto para sair da Casa Branca, mas não da política e, portanto, pedindo àqueles que não se reconhecem mais como republicanos, que o acompanhem na construção da formação política, “Red Nation".
A voz dos bispos estadunidenses
De Los Angeles, o presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, Dom José Horacio Gómez, reitera a condenação de toda violência: “Isso não é o que somos como americanos. A transição pacífica de poder é uma das marcas registradas dos EUA”, disse ele.
O cardeal Wilton Gregory, arcebispo de Washington, ao comentar o ataque ao Congresso dos Estados Unidos, ressaltou que a forte divisão que recentemente dominou o cenário estadunidense deve mudar e aqueles que recorrem à retórica incendiária devem assumir a responsabilidade por incitar a violência crescente em nosso país”.
Já o arcebispo de Chicago, cardeal Blase Joseph Cupich, pede que “o amor de Deus recorde a todos os americanos que a política é a solução pacífica de pontos de vista conflitantes”.
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