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Índice Global da Fome 2020: situação grave em 51 países

A ONG Cesvi apresentou a décima quinta edição do Índice Global da Fome: apesar de algumas melhorias, a problemática permanece elevada e o Objetivo Fome Zero só será alcançado em 2030 através da revisão dos sistemas alimentares de uma forma justa, saudável e respeitosa do ambiente. Além disso, por causa da pandemia poderia até mesmo duplicar o número de pessoas expostas à fome e à indigência.

Andrea De Angelis – Pope

O Índice Global da Fome 2020 mostra um nível de melhoria em comparação com o início do século: em 2000 era grave, enquanto hoje é moderado; contudo, em muitas áreas o progresso é demasiado lento e a fome continua aguda. A percentagem de pessoas subnutridas no mundo é portanto, de um ponto de vista percentual, estável, mas o número absoluto é, embora ligeiramente, em aumento: em 2019 a população subnutrida do mundo era de 8,9%, num total de 690 milhões de indivíduos.

Quatro indicadores

O Índice Global da Fome (Global Hunger Index, GHI) realizado pela Welthungerhilfe e Concern Worldwide e editado pela Cesvi para a edição italiana, é um dos principais relatórios internacionais para a medição multidimensional da fome no mundo. A décima quinta edição foi apresentada nesta segunda-feira (12/10) num encontro digital com a participação do geólogo e divulgador científico Mario Tozzi, da Presidente Cesvi Gloria Zavatta, da Chefe de Missão de Cesvi no Quênia e na Somália Cesvi Isabella Garino e da Coordenadora de Advocacia de Cesvi Valeria Emmi. O GHI é um instrumento desenvolvido para medir e monitorizar a fome em nível global, regional e nacional, com base na análise de quatro indicadores: desnutrição, emagrecimento infantil, atraso do crescimento infantil e mortalidade de crianças com menos de cinco anos.

51 Estados onde a situação é alarmante ou grave

O Índice Global da Fome 2020 mostra que, em nível global, a fome está em um nível moderado, uma melhoria em comparação a vinte anos atrás, mas a fome e a subnutrição ainda são elevadas em muitos países: 11 países têm níveis "alarmantes" de fome e cerca de 40 países pertencem à categoria "grave". De acordo com as agências das Nações Unidas, quase 700 milhões de pessoas estão subnutridas, das quais 144 milhões são crianças que sofrem de atraso no crescimento e 47 milhões de emagrecimento.

Regiões mais afetadas

O Sul da Ásia e a África ao sul do Sara são as regiões com os níveis mais elevados de fome, com 230 e 255 milhões de pessoas subnutridas, respectivamente. Nestas áreas, uma em cada três crianças sofre de atraso no crescimento. A África ao sul do Sara tem a taxa de mortalidade infantil mais elevada do mundo, enquanto a Ásia do Sul tem a taxa de mortalidade infantil mais elevada do mundo. Passando aos países individualmente, os 11 onde o nível de fome é alarmante são o Chade, Timor Leste, Madagáscar, Burundi, Comores, República Centro Africana, República Democrática do Congo, Síria, Somália, Sudão do Sul e Iêmen.

O compromisso da Cesvi

A Fundação Cesvi, ONG presente em 22 países, pretende fazer da intervenção humanitária uma oportunidade para construir projetos a longo prazo que promovam o auto-desenvolvimento e o protagonismo dos beneficiários.  No mundo, protege as crianças mais vulneráveis através das Case del Sorriso (Casas do Sorriso) e na Itália trabalha para prevenir e combater os maus-tratos infantis e na integração de menores estrangeiros não acompanhados. Em 2019, a Cesvi ajudou quase um milhão de pessoas, investindo 88% dos seus recursos nas ações de campo. "O Índice Global da Fome 2020 - sublinha a presidente de Cesvi, Gloria Zavatta - mostra que a luta contra a fome global deve ser cada vez mais um compromisso comum e um desafio cada vez mais urgente, tornada ainda mais complexa pela pandemia da Covid-19 e pelas consequências cada vez mais dramáticas das alterações climáticas".

 

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12 outubro 2020, 16:20