Pastoral da Educação: encontro sobre desafios do ensino à distância na rede pública durante a pandemia
Andressa Collet – Pope
Enquanto a Itália vive um debate nacional com a divulgação de protocolos para a reabertura das escolas para o novo ano letivo, que em muitos países do hemisfério Norte acontece agora em setembro, o Brasil apresenta desafios para o retorno às aulas. Devido à pandemia da Covid-19, as escolas do país ficaram fechadas por mais tempo que a média dos países da que, nesta terça-feira (8), Dia Mundial da Alfabetização, divulgou em Paris os resultados do relatório “”.
Fechamentos em grande escala
O documento reúne dados analisados em 37 países que fazem parte do bloco, além de 9 parceiros – entre eles, o Brasil. Até junho, o país havia passado 16 semanas com escolas fechadas, enquanto a média dos países desenvolvidos era de 14 semanas. Em alguns lugares, porém, há escolas que não reabriram ainda o que demonstra que os dados brasileiros devem ser bem maiores que os divulgados.
Com salas cheias devido ao reduzido espaço disponível e poucos professores jovens atuando, o país enfrenta desafios na reabertura das escolas para manter o distanciamento social e organizar o trabalho dos docentes – quase 90% deles com idade acima de 30 anos. Uma das alternativas que está sendo analisada atualmente é o rodízio de alunos nos dias da semana.
XX Encontro Nacional da Pastoral da Educação
Os dados divulgados pela organização internacional sobre o fechamento das escolas e universidades, como alternativa para desacelerar a contaminação pelo coronavírus, antecipam impactos que serão gerados na aprendizagem e nas habilidades dos alunos em nível global. Entre as medidas apresentadas para mitigar essas consequências está o ensino à distância oferecido pelas escolas, mesmo com o retorno das aulas presenciais.
Os desafios para manter essa regularidade nos estudos on-line será tema do XX Encontro Nacional da Pastoral da Educação marcado para os dias 11 e 12 de setembro, em modalidade virtual. Essa nova forma de aprendizado, à distância, mediada pela tecnologia dos computadores e celulares não foi tarefa fácil para as escolas, pais, educadores e os próprios alunos.
Essa nova realidade também mostrou as desigualdades e dificuldades do acesso à internet para famílias de baixa renda no Brasil ou, ainda, para aquelas que vivem em regiões onde o sinal nem chega. Além disso, a maioria das escolas, especialmente as públicas, não têm estrutura para oferecer o ensino remoto. O mesmo vale para os professores, já que muitos nunca tinham se aventurado ao ensino à distância.
Abertura, diálogo e respeito
O encontro vai abordar, assim, o tema “Igreja em Saída: a Pastoral da Educação na Escola Pública”. O bispo de Campanha, em Minas Gerais, referencial para a Educação no Regional Leste 2 da CNBB, dom Pedro Cruz, acredita na força de enaltecer “os valores morais e direitos invioláveis” dos estudantes, diante dos desafios no campo ético e humanitário, como uma “atitude de abertura, diálogo e respeito ao outro”.
O bispo lembra ainda que a proposta do Pacto Educativo Global, proposto pelo Papa Francisco, é um caminho que motiva a ocupar os “pátios educativos públicos” pelo diálogo amplo, recíproco e fraterno, sempre visando o bem comum. “Talvez seja esse o melhor e mais motivante caminho de uma Pastoral da Educação que traga luz à emergência educativa que estamos vivendo”, disse dom Pedro.
O encontro nacional é promovido pelo setor de Educação da Comissão de Cultura e Educação da CNBB, em parceria com a Associação Nacional de Educação Católica, o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) e a FTD Educação. Vídeos de preparação ao evento estão sendo disponibilizados pelo , além de um . Para fazer a inscrição, basta !
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