Partido do governo turco: conosco, aumento da liberdade religiosa
Pope
“Nossas revoluções silenciosas no campo da liberdade religiosa”: assim se intitula o dossiê preparado em tempo recorde pelo Partido do presidente turco Recep Tayyip Erdoğan como resposta à enxurrada de reações negativas suscitadas no mundo inteiro pela decisão de reabrir ao culto islâmico a antiga basílica bizantina de Santa Sofia, transformada em 1934 em museu por desejo do “Pai” da Turquia moderna, Mustafá Kemal Ataturk, após ter sido utilizada como mesquita durante quase cinco séculos.
Dossiê: melhorias para comunidades religiosas minoritárias
O memorando foi coletado e publicado pelo Departamento de direitos humanos do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (em turco, Adalet ve Kalkinma Partisi – AKP), formação política islâmica conservadora fundada por Erdoğan em 2001.
O dossiê coleta e expõe todas as melhorias que, segundo o AKP, se verificaram na Turquia na condição real das comunidades de fé não muçulmanas durante os últimos 18 anos, isto é, desde quando o Partido de Erdoğan chegou ao poder.
Restituições imobiliárias e reembolsos
Entre outras coisas, o dossiê, relançado pela imprensa turca, refere-se ao apoio dado pelas políticas governamentais a escolas e instituições educacionais pertencentes às minorias cristãs e à comunidade judaica, cujos estudantes foram isentados do exame de religião exigido para serem admitidos nos cursos de ensino superior.
O relatório dá conta que grande parte dos imóveis e dos terrenos que pertenciam a instituições eclesiásticas ou de outras comunidades religiosas, confiscadas pelo Estado turco após o fim do Império otomano, foi em sua maioria restituída às fundações que pertencem às comunidades religiosas minoritárias, e a comunidade armênia foi reembolsada por 400 propriedades imobiliárias que permaneceram à disposição do Estado.
Ademais, nos últimos quinze anos várias igrejas foram restauradas e abertas ao culto na Turquia, e a gestão de igrejas e mesquitas foi confiada diretamente às fundações que pertencem às diferentes comunidades religiosas minoritárias, ressaltam os autores do dossiê.
Declarações do Patriarca armênio de Constantinopla
No começo do ano 2000, como relatado pela Fides – agência da Congregação para a Evangelização dos Povos –, em algumas declarações relançadas pela imprensa turca, o recém-eleito Patriarca armênio apostólico de Constantinopla, Sahak II Masalyan, afirmou que “Todas as minorias presentes na Turquia compartilham esta mesma visão: sob o poder do Partido AKP, estamos vivendo o período mais pacífico e feliz desde a fundação da República Turca”.
O Patriarca armênio, ao enaltecer a condição atual das minorias na Turquia liderada por Recep Tayyip Erdoğan, havia mencionado, em particular, as mudanças feitas em 2008 na Lei sobre Fundações.
Sahak II, eleito Patriarca em 11 de dezembro de 2019, também havia acrescentado que “o problema das minorias sempre foi usado como argumento por potências estrangeiras para interferir nos assuntos do Império otomano”, e que no momento devemos considerar-nos satisfeitos “pelo apoio que recebemos do Estado; temos fácil acesso ao nosso Presidente. Os ministros nos visitam com frequência e o Prefeito de Istambul sempre nos dá sua benévola atenção”.
(Fides)
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