Tesouro da Biblioteca do mosteiro de Santa Escolástica digitalizado
Pope
Os incunábulos, livros impressos com tipos ou caracteres móveis das prensas mecânicas, da Biblioteca de Santa Escolástica em Subiaco, serão digitalizados. Parte da catalogação dos 206 incunábulos, impressos entre a metade do século XV e o ano de 1500, pertenciam aos monges beneditinos de Subiaco. O projeto é coordenado e dirigido pela Biblioteca Nacional Central de Roma, em colaboração com o Consórcio Europeu de Bibliotecas e o Mosteiro Beneditino e será financiado pela Fundação Polonsky.
A iniciativa, organizada em módulos, concentra-se em pequenas coleções públicas, privadas e eclesiásticas, espalhadas pelo território italiano que conservam acervos de extraordinária preciosidade e raridade e requerem particular atenção para sua tutela, conservação e utilização.
Onze bibliotecas de mosteiros no projeto
Além do Mosteiro de Santa Escolástica a fase inicial do projeto contará com a participação das abadias de Santa Justina, Praglia, Montecassino, Farfa, S. Nilo em Grottaferrata, Casamari, a Certosa de Trisulti, a Abadia de Cava dei Tirreni e o Oratório dei Gerolamini de Nápoles. São as 11 bibliotecas anexadas aos monumentos nacionais que foram retidas no final do século XIX pelo Estado Italiano depois da lei de confisco e que agora pertencem ao Ministério dos Bens Culturais e Turismo.
Leitura obrigatória para os monges
No site do Mosteiro de Santa Escolástica, lê-se que desde a redação da “Regra” de São Bento, foi imposto aos monges “a leitura tanto privada quanto comunitária, principalmente em particulares momentos do ano litúrgico. Portanto era necessário um lugar para conservá-los, mas em Santa Escolásticas não ficou nenhum sinal desta prática”. No final de 1100, o abade João V, amante da cultura, criou um “Scriptorium” na estrutura, para o qual chamou miniaturistas de grande fama de mosteiros italianos e estrangeiros.
Entre as várias comissões recorda-se a do “Sacramentarium Sublacense”, hoje conservado junto da Biblioteca Vallicelliana de Roma. No final de 1300 a biblioteca de Santa Escolástica contava com 10 mil livros, muitos dos quais foram perdidos com o passar dos séculos. Em 1465 sob iniciativa de dois clérigos o Mosteiro tornou-se sede da primeira tipografia italiana e aqui em 29 de outubro foi impresso o primeiro livro italiano no chamado “estilo Subiaco”.
No século XIX os livros foram confiscados pelo Estado Italiano e, como outros bens do mosteiro, colocados em leilão. Depois Santa Escolástica tornou-se um Monumento nacional. Hoje é Biblioteca Estatal e conta com 100 mil livros, 3780 pergaminhos, 15 mil documentos do ano de 1500 em diante, 440 códigos manuscritos e mais de 200 incunábulos, dos quais apenas 3 impressos em Subiaco.
Os promotores da iniciativa
Quem são os promotores do projeto? O Consortium of European Research Libraries, é uma entidade de pesquisa para a criação de instrumentos para o estudo de livros antigos impressos e manuscritos, enquanto que a Fundação Polonski dedica-se em investir em programas filantrópicos com objetivos de conservação, valorização e livre utilização das heranças históricas e dos patrimônios culturais e ao democrático acesso ao conhecimento e ao saber. O projeto de digitalização dos incunábulos das bibliotecas monásticas na Itália foi encaminhado em 2018.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp