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 Rebeldes Huti depois da destruição de um cárcere saudita Rebeldes Huti depois da destruição de um cárcere saudita 

Iêmen: primeira troca de prisioneiros

A notícia foi dada em um comunicado pelas Nações Unidas. Nenhum número oficial, mas rebeldes houti falam de 1.400 pessoas libertadas. Em um ataque da coalizão guiado pela Arábia Saudita foram mortos 31 civis

Michele Raviart – Cidade do Vaticano

As partes em conflito no Iêmen concluíram um Acordo, no domingo (16) para a primeira troca de prisioneiros desde o início do conflito em 2014. A notícia foi dada em um comunicado das Nações Unidas que está supervisionando as negociações de paz entre o governo reconhecido internacionalmente e mantido por uma coalizão militar guiada pela Arábia Saudita e os rebeldes xiitas Huti.

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A base é o acordo de Estocolmo de 2019

O Acordo, que não especifica oficialmente o número de pessoas envolvidas, faz parte do pacto de Estocolmo de 2019, no qual consta a troca de prisioneiros entre os beligerantes. O porta-voz dos rebeldes Huti comunicou que serão libertados 1.400 prisioneiros entre as quais Sauditas e Sudanenses. A pesquisadora do Instituto de Política Internacional Italiano, Eleonora Ardemagni explica: “No passado já houve troca de prisioneiros entre as partes em conflito, mas neste caso trata-se da primeira troca em grande escala oficial depois de uma longa negociação sob a coordenação das Nações Unidas”. “Esta troca”, acrescenta, “chega em um momento em que os combates, principalmente no norte do país, intensificaram-se novamente depois de uma fase de redução da violência no final de 2019. E isso nos leva a compreender que os combates e também os ataques sauditas dos últimos dias tinham como objetivo posicionar-se do melhor modo possível antes de levar adiante as fases mais críticas da negociação”.

A pesquisadora afirma também que “uma outra notícia positiva é a criação de uma ‘ponte médica’ entre a capital Saná e a Jordânia”. “Estas são como a notícia da troca de prisioneiros, notícias positivas porque dão às partes um sentido de reconstrução da confiança, porém em campo a situação ainda está extremamente fragmentada. De fato, há muitos grupos armados além dos rebeldes e dos que se consideram pró-governo. Contamos com um avanço nas negociações entre as partes envolvidas, mas não é automático que isso leve a uma estabilização em ampla escala no Iêmen”.

Os combates continuam

Nos últimos dias morreram pelo menos 31 civis em um ataque da coalizão guiada pelos Sauditas. O ataque ocorreu um dia depois da derrubada de um avião militar de Riad por parte dos rebeldes Huti e ainda segue a tensão militar entre as partes em conflito.

“As linhas de frente em campo estão bloqueadas há dois anos. Os Huti ainda controlam a parte central do país, a capital Saná e grande parte da costa ocidental inclusive a cidade de Hodeidah, que foi o centro das negociações das Nações Unidas em dezembro de 2018”, afirma a pesquisadora Aredemagni. “Os combates continuam também em Marib que é um estado central rico em petróleo que até agora tinha sido poupado em grande parte dos combates, ali encontra-se o quartel general do exército iemenita”.

A questão Áden

O ponto mais complexo na questão democrática fica no sul, depois de um acordo em 2019 para estabilização da cidade de Áden. “Este acordo ainda não encontrou uma aplicação e é muito provável que seja a próxima frente na qual os Sauditas devam investir seus esforços para manter um mínimo de estabilidade também no sul”, conclui.

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18 fevereiro 2020, 10:50