“Vamos parar de odiar o próximo”, diz jornalista brasileiro que já escreveu livro sobre o Holocausto
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
A viagem deste ano pela memória histórica do Holocausto começou ainda na semana passada, quando o jornalista brasileiro, Salus Loch, de 39 anos, deixou o Rio Grande do Sul para chegar na Polônia. Acostumado a roteiros internacionais a trabalho, o também advogado, natural de Ijuí, está visitando pela segunda vez o campo de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau.
Salus já entrevistou 7 sobreviventes do Holocausto que vivem no Brasil, em Israel e na Polônia, o que inclusive já lhe rendeu um livro. “A Tenda Branca” é um romance que narra a trajetória de uma sobrevivente, Gabriela Gitta Schwartz Heilbraun, que hoje, aos 91 anos, mora em São José, na grande Florianópolis/SC.
Dia da Memória na Polônia
Nesta segunda-feira (27), o jornalista participa da solenidade oficial do Dia da Memória, com mais de mil profissionais inscritos para cobrir o evento, que está sendo realizado em Auschwitz-Birkenau. Mas já no domingo (26), em outro encontro com jornalistas, Salus testemunhou o depoimento de outras 13 vítimas do Holocausto, em 6 horas de conversa, na cidade de Oświęcim, próximo dos campos.
O evento foi promovido pelo Memorial e Museu de Auschwitz-Birkenau e reuniu alguns dos mais de 200 sobreviventes que foram à Polônia participar da celebração desta segunda-feira. Salus conta que, ao seu modo, “eles pediram para que líderes mundiais, assim como gente comum, deixem de lado discursos sustentados pelo ódio, que buscam separar pessoas, colocando em risco a vida de inocentes, como aconteceu no Holocausto, quando 6 milhões de judeus foram assassinados pelos nazistas. Eles estão fazendo a sua parte, e, nós, o que estamos fazendo?”, indagou o jornalista.
A mensagem de respeito e amor
Salus ainda promove palestras e participa de encontros de formação com estudantes e professores para falar do Holocausto e da necessidade de se discutir o tema, a fim de que a história não se repita, unindo-se ao apelo deste domingo (26), do Papa Francisco, para que essa tragédia “nunca mais” se repita. O jornalista acredita que a educação, o amor, o respeito e a empatia são vitais para a construção de uma sociedade mais fraterna e humana.
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