Unicef condena uso de crian?as como bombas humanas
Cidade do Vaticano
"O UNICEF condena o uso de crianças como bombas humanas e em quaisquer circunstâncias - quer quando usadas diretamente em combate, como em outros papéis - no conflito no nordeste da Nigéria¡±, escreve Peter Hawkins, representante do UNICEF na Nigéria.
De acordo com vários relatos, na segunda-feira, 17, três crianças - duas meninas e um menino (idades desconhecidas) - foram usadas para detonar explosivos que mataram 30 pessoas e feriram 40 em um centro comunitário, quando estavam reunidas para assistir às partidas de futebol em Konduga, Estado de Borno. O UNICEF expressa as suas condolências a todos aqueles que foram mortos ou feridos neste terrível ataque.
Com este ato, o número relatado de crianças usadas como bombas humanas em 2019 subiu para 5. Em 2018, 48 crianças - entre das quais 38 meninas - foram usadas em ataques suicidas.
Inaceitável o uso de crianças
O UNICEF pede a todos os envolvidos neste terrível conflito para protegerem as crianças, mantendo-as sempre fora de perigo. ¡°Pedimos ainda a todas as partes envolvidas no conflito no nordeste da Nigéria que acabem imediatamente com todos os ataques contra civis, não usem mais crianças neste conflito e cumpram suas obrigações sob o direito internacional humanitário".
Desde 2012, grupos armados não-estatais no nordeste da Nigéria recrutaram e utilizaram crianças como combatentes e não combatentes, violentaram e forçaram jovens a se casar e cometeram outras violações graves contra as crianças. Algumas das meninas engravidaram durante a prisão e deram à luz sem qualquer atenção médica ou cuidados.
No atual conflito armado no nordeste da Nigéria, mais de 3.500 crianças foram recrutadas e usadas por grupos armados não-estatais entre 2013 e 2017.
O uso de crianças em ataques suicidas por grupos armados, como artefatos explosivos humanos (PBIED) aumentou significativamente de 2014 a 2017. Em 2018, um total de 48 crianças (das quais 38 meninas) foram usadas em ataques suicidas, enquanto em 2017, foram 146 (45 meninos, 101 meninas). Nos primeiros três meses de 2019, duas meninas foram usadas como artefato explosivo.
O UNICEF continua a trabalhar em estreita colaboração com as autoridades estatais e parceiros, para apoiar a reintegração em suas comunidades de crianças que foram associadas a este conflito e para reuni-las com as suas famílias.
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