Hemofilia: graves desigualdades entre pa¨ªses ricos e pobres
Cidade do Vaticano
A hemofilia é uma doença genética, presente desde o nascimento, que se manifesta nos primeiros anos de vida, caracterizada pela dificuldade de coagulação do sangue. O dia 17 de abril representa para a comunidade de hemofílicos e seus familiares, um marco na busca pela melhoria da qualidade de vida dos hemofílicos de todo o mundo. Tem como objetivo também chamar a atenção sobre a importância de aumentar o acesso dos pacientes ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado, que ainda é insuficiente.
Uma doença rara que afeta 400 mil pessoas
Classificada como uma doença rara, atinge o mundo inteiro. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) afeta cerca de 400 mil pessoas e o Ministério da Saúde no Brasil informa que em 2018 quase 12 mil pessoas convivem com a hemofilia.
Sensibilizar as comunidades locais e formar agentes de saúde
Neste dia, sob o respaldo da ONU, a Federação Mundial da Hemofilia pede a todos os países para dar luz a esta doença e assim sensibilizar a comunidade internacional e as populações locais, principalmente nos países pobres e atrasados, formando agentes de saúde locais que saibam identificar e cuidar dos doentes, evitando os perigos de morte hemorrágica e garantindo-lhes uma melhor qualidade de vida.
Como vivem os hemofílicos hoje
Em uma entrevista ao Pope, Luigi Ambroso, hemofílico e conselheiro da Federação Italiana de Hemofílicos fala sobre a situação de hoje:
¡°Atualmente podemos dizer que nos países desenvolvidos a assistência é muito boa. Porém, infelizmente na maior parte do mundo ¨C falamos de países pobres ¨C não há terapias para o tratamento da hemofilia¡±.
Ao falar sobre a dependência das doações de sangue, Ambroso esclarece que ¡°Há muitos anos a ciência colocou a disposição vários medicamentos. Por isso hoje apenas 30% - talvez menos de nós doentes ¨C usamos produtos de derivação do sangue, portanto plasma e derivados. Mas esta percentagem está diminuindo porque estamos entrando em uma nova era com remédios que não precisam mais de sangue; são injeções subcutâneas com uma duração muito mais longa do que os remédios ainda usados que nos obrigam a infusões endovenosas que fazemos dependendo do tipo de hemofilia. O tipo A, portanto o mais grave, 3 vezes por semana e a hemofilia B com tratamentos a cada 15 dias¡±. ¡°Assim, com estas novas terapias, passaremos a uma pequena injeção subcutânea, a cada sete dias, mas provavelmente no futuro será a cada 15 dias.
Por fim, Luigi Ambroso afirma que ¡°o paciente hemofílico não é mais o paciente dos anos 60 ou 70, quando recorria a frase 'Devem viver em uma bolha de vidro'. Hoje em dia o paciente, graças aos tratamentos modernos, pode ter uma vida praticamente normal".
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