É possível encontrar Deus em um buraco negro?
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
Nesta sexta-feira (12), o Papa Francisco recebeu em audiência no Vaticano dois premiados com o Nobel da Física, o professor Gérard Mourou (2018) e a professora Donna Strickland (2018). O encontro acontece na semana em que o mundo viu, pela primeira vez, a prova concreta de que um buraco negro é mais do que apenas um conceito teórico.
Em artigo do jornal vaticano L’Osservatore Romano, o questionamento: é possível encontrar Deus em um buraco negro? Então, se Santo Inácio de Loyola tinha razão em nos convidar a “encontrar Deus em todas as coisas”, o buraco negro agora certamente tem os requisitos certos para fazer parte daquela lista.
Graças à imagem produzida e divulgada nestes dias pelo consórcio “Event Horizon Telescope”, de uma foto detalhada de um buraco negro, bem ao centro da galáxia M87, o jesuíta e diretor do Observatório do Vaticano, Guy Consolmagno, sublinha como uma analogia ainda mais fascinante pode ser reconhecida em definir o buraco negro o “exemplo perfeito” de alguma coisa em que acreditamos inclusive se não podemos ver nem tocar.
Consolmagno observa, no artigo, que outros estudos e observações deverão trazer novos progressos: no sentido que não somente seremos capazes de dizer que um buraco negro existe, mas teremos inclusive a capacidade de descrever as características e as qualidades peculiares. Neste momento se pode afirmar que o buraco negro não é um misterioso ponto da massa, mas uma coisa dotada de estrutura da qual agora podemos começar a tirar deduções importantes. E, além daquelas que serão as descobertas futuras, agora é já o suficiente poder se deslumbrar ao contemplar aquela sombra num anel de fogo.
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