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Terra Santa: começou a demolição do vilarejo de Khan al Ahmar

Continuam as obras de terraplanagem ao redor do emblemático vilarejo beduíno de Khan al Ahmar, na Cisjordânia ocupada, a leste de Jerusalém, em uma área considerada estratégica para a expansão de novos assentamentos de colonos israelenses. Apelo da Comissão Episcopal Justiça e Paz

Cidade do Vaticano

As obras de terraplanagem, iniciadas há três dias, – como reporta a Agência Fides – servem para facilitar o acesso de tropas militares, quando será dada a ordem de evacuação da população beduína que vive no vilarejo, antes de demolirem todas as habitações. No dia anterior, houve enfrentamentos e momentos de tensão entre os soldados israelenses e os habitantes do vilarejo, apoiados por grupos ativistas vindos a Khan al Ahmar com a intenção de organizar barreiras humanas diante do avançamento dos tratores.

A denúncia dos bispos da Terra Santa

Alguns dias atrás, a Comissão Justiça e Paz da Assembleia dos Bispos Ordinários Católicos da Terra Santa lançou um comunicado para manifestar mais uma vez o próprio desacordo e alarme pela anunciada demolição do vilarejo beduíno. “Depois de um longo período de batalhas judiciais” – diz o comunicado – “a Suprema Corte de Israel estabeleceu que as autoridades israelenses têm o direito de demolir o vilarejo beduínos em Khan al-Ahmar, transferindo os moradores para uma zona urbana próxima de Jericó. Muitas dessas pessoas já tinham sido deslocadas depois da guerra de 1948 e agora, mais uma vez, são violentamente desenraizadas para dar lugar a outros assentamentos israelenses ilegais”. A declaração faz um apelo aos israelenses e à comunidade internacional para que se manifestem em defesa dos beduínos de Khan al-Ahmar e de seu direito de não serem transferidos para os arredores de Jericó.

No vilarejo a famosa “Escola construída com pneus”

No vilarejo de Khan al-Ahmar, com 42 barracos, encontra-se  também a famosa “Escola com estrutura de pneus”, frequentada por mais de 170 crianças da tribo beduína dos Jahalin. A estrutura foi realizada com 2.200 pneus velhos, apoiados uns aos outros, como se fossem tijolos, preenchidos com terra e as paredes foram rebocadas com uma mistura de gesso e concreto. A escola foi construída sem elementos arquitetônicos “permanentes”, sem cimento ou fundação, justamente para não contrariar os regulamentos militares que proíbem a construção não autorizada de edifícios na Área C, cuja área 60% encontra-se na Cisjordânia, sob controle de Israel. A Escola de pneus já tem uma sentença de demolição desde a sua construção, ocorrida em 2009. A remoção do vilarejo facilitaria a expansão da colônia de Kfar Adumim. (G.V. - Agenzia Fides)

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17 outubro 2018, 15:21