Dom Pedro Casaldaliga: uma Igreja que luta pelos clamores do povo
Cristiane Murray – Cidade do Vaticano
Um dos últimos pastores, profetas e mártires vivos no Brasil, Dom Pedro Casaldaliga completa 90 anos sexta-feira, 16 de fevereiro. O bispo, catalão de nascimento e há 50 anos no Brasil, vive ainda em sua simples casa na Prelazia. Doente há muitos anos de Mal de Parkinson, Dom Pedro é ajudado no dia a dia por religiosos e religiosas agostinianos que o circundam de carinho.
Por seu pastoreio no Araguaia, Dom Pedro ganhou renome internacional. Sempre ao lado dos peões, índios e posseiros em suas lutas em defesa da terra, foi ameaçado de morte várias vezes e teve até que deixar a Prelazia em 2012, escoltado, em busca de um abrigo seguro. Homenageá-lo, hoje, é como ‘resgatar as causas pelas quais ele viveu e ainda vive’, e que como uma profecia, meio século depois, são as mesmas do nosso atual Pontífice, Francisco.
Ouça aqui o Padre Paulo Gabriel, amigo e membro da equipe pastoral da Prelazia durante 20 anos:
“Pedro é talvez o último bispo vivo dos grandes padres da Igreja latino-americana. A Igreja latino-americana tem tido a graça, depois do Concílio, e já antes, com Dom Hélder Câmara, tem tido a graça de ter bispos pastores, profetas e mártires. Talvez Pedro seja o último desta geração. Encarnaram os ideais do Concílio Vaticano II, de Medellin, de uma Igreja dos pobres na luta pela justiça encarnada na realidade macro-ecumênica, uma Igreja que escuta os clamores do povo e luta pela construção do Reino de Deus na história”.
“Homenagear Pedro nos seus 90 anos é resgatar as grandes causas pelas quais ele tem vivido e dito:
Ouvindo e vendo hoje o Papa Francisco, vejo e sinto muitas das atitudes que vi durante muitos anos no Pedro: um verdadeiro pastor, um verdadeiro profeta, um verdadeiro seguidor de Jesus, testemunha do Evangelho”.
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