Representante anglicano em fim de mandato reflete sobre miss?o em Roma
Por Marie Duhamel e Joseph Tulloch
O arcebispo Ian Ernest, representante pessoal do arcebispo de Cantuária junto à Santa Sé e responsável pelo Centro Anglicano de Roma, deixará seu cargo no final de janeiro.
Ele falou com Marie Duhamel do Pope sobre seu tempo em Roma e seu papel de ajudar o Papa e o arcebispo de Cantuária a "juntos se tornarem faróis de esperança".
Caminho para Roma
O ecumenismo tem sido uma parte importante de sua identidade, afirmou o arcebispo Ernest, "desde a infância". Ele frequentou uma escola católica, e seu pai ¡ª um sacerdote anglicano ¡ª era amigo do capelão. Enquanto estava no seminário, ele estudou filosofia por um ano no Seminário católico de Maurício.
Mesmo com esta vivência ecumênica, o arcebispo contou que, quando foi convidado pelo arcebispo de Cantuária para se tornar seu representante pessoal em Roma, seu primeiro pensamento foi "quem sou eu para fazer esse trabalho?".
No final, como relatou, percebeu que a tarefa só seria possível com a ajuda de Deus: "Tudo o que tenho feito aqui, aprimorando o relacionamento entre a Igreja Católica Romana e a Comunhão Anglicana, só foi possível pela graça de Deus".
Papa Francisco e Justin Welby
O líder espiritual da Comunhão Anglicana durante quase todo o mandato do arcebispo Ernest em Roma foi Justin Welby.
O arcebispo Welby foi eleito no mesmo ano do Papa Francisco, e frequentemente falava de sua amizade com ele.
Em 2023, o Pontífice e o arcebispo, juntamente com o Rev. Iain Greenshields, moderador da Igreja da Escócia, fizeram uma "
"Como representante pessoal do arcebispo [de Cantuária] - disse Ernest - eu tinha que ser capaz de comunicar sua visão, para que ele e o Papa Francisco pudessem juntos se tornar faróis de esperança."
A viagem conjunta ao Sudão do Sul, acrescentou o arcebispo Ernest, foi um "exemplo concreto dessa esperança" e de "colaboração visível" entre igrejas "pelo bem do mundo de Deus".
Se ele tivesse que dar um nome a essa parceria, o arcebispo Ernest disse, citando a Encíclica do Papa de 2020, "eu a chamaria de ".
O legado do arcebispo Welby
No final do ano passado, o arcebispo Welby renunciou devido à sua forma de lidar com um caso histórico de abuso sexual.
Questionado sobre o legado que Welby deixaria, o arcebispo Ernest disse que achava que um componente importante seria seu foco na necessidade de reconciliação, tanto com Deus quanto com os outros.
"Fomos reconciliados com Deus por meio de Jesus Cristo", disse Ernest, "e reconciliados uns com os outros por meio do sangue de Cristo. Acho importante que mantenhamos isso do ministério [do arcebispo Welby]".
Outro componente importante, acrescentou o arcebispo Ernest, seria a ênfase de Welby na "necessidade de a igreja estar sempre em missão".
O sucessor de Welby como arcebispo de Cantuária, disse Ernest, teria que equilibrar "a continuidade com a Igreja primitiva", por um lado, com a necessidade de adaptar a missão ao contexto atual, "com as exigências do contexto social em que vivemos", por outro.
Questionado se esta é uma ¡°tarefa pesada¡±, o arcebispo Ernest enfatizou que ¡°todos nós temos responsabilidades¡±.
¡°Um médico curando pessoas, um professor ensinando uma criança, um pai - todos nós temos uma tarefa pesada. O que precisamos é deixar a graça de Deus fluir em nós, e Ele será aquele, como Paulo diz, a nos guiar.¡±
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