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Dom Vital: Jesus Cristo ¨¦ a luz do mundo nos Padres da Igreja

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Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá ¨C PA.

O evangelista São João coloca Jesus, luz do mundo, no debate com os judeus (cf. Jo 8,12). Ele veio até a realidade humana para nos revelar o amor infinito de Deus para com a humanidade, para nos libertar das trevas do pecado e levar-nos à comunhão com Deus. Nós somos chamados a viver a luz de Cristo em meio às ações boas, caritativas e problemáticas humanas, às mudanças climáticas, e a testemunhar as graças, os louvores a Deus Uno e Trino e à sua Igreja. O bom testemunho leva as pessoas ao contato com o Senhor, para a verdadeira luz, Jesus Cristo. Vejamos a seguir esta concepção nos santos padres, os primeiros escritores cristãos.

O significado da Luz, Jesus Cristo

Santo Ambrósio, bispo de Milão, no século IV disse ao público fiel, cristão de seu tempo, concepções essenciais sobre Jesus Cristo, como luz do mundo. O autor tinha presente a Palavra de Deus, que Jesus é o esplendor da glória do Pai (cf. Hb 1,3). Ele sendo Deus extrai a luz da luz (Jo 1,9). Ele veio do Pai, de modo que tudo o que o Filho tem é do Pai e tudo o que é do Pai é também do Filho. Jesus é a fonte da luminosidade, do brilho, dia que nunca termina[1].

O sol que ilumina

Santo Ambrósio também afirmou que Jesus é o verdadeiro sol, uma palavra profética presente em Malaquias (cf. Ml 3,20) que brilha com esplendor eterno. O Senhor é desde sempre junto com o Pai e com o Espírito Santo. Um pedido é feito do fundo do coração é para que Ele venha, infunda nos nossos corações e naqueles das pessoas da humanidade, a luz radiosa do Espírito Santo[2].

O dia seja na normalidade

Santo Ambrósio, pela oração dirigida ao Senhor pediu para que transcorra alegre o dia, na sua normalidade, que a modéstia seja como a luz do amanhecer. A pessoa faz o bem durante o dia de modo que o Senhor olhe para ela com fé com amor. A fé seja uma força para carregar com alegria os desafios diversos, o ânimo não conheça as trevas do pecado[3].

A aurora no seu caminho

Santo Ambrósio pediu ainda ao Senhor no seu hino de louvor ao Cristo como luz do mundo que a aurora prossiga no seu caminho, mostrando a luz que seguirá a aurora. O Filho está todo no Pai e todo o Pai está no Filho[4]. É a unidade perfeita na qual o Filho conhece o Pai, o revela para o mundo e às criaturas, sobretudo ao ser humano. Ele é de fato a luz do mundo que brilha nas trevas, levando as pessoas e os povos à luz divina, à luz do Deus Uno e Trino.

A ação das pessoas cristãs

A Carta a Diogneto, escrito do século II colocou a ação das pessoas cristãs no mundo, por causa de seu seguimento a Jesus Cristo, como luz do mundo: ¡°Os cristãos, de fato, não se distinguem dos outros homens, nem por sua terra, nem por sua língua ou costumes¡±[5]. A Carta reforçou o dado que os cristãos não possuíam cidades próprias, nem tinham uma língua estranha, nem tinham algum modo especial de viver e de vida. A sua doutrina não dizia respeito à invenção própria, nem professavam algum ensinamento humano[6].

Os costumes do lugar e do estrangeiro

Os cristãos estando em cidades gregas e bárbaras, adaptavam-se aos costumes do lugar em relação à roupa, ao alimento, e testemunhavam um modo de vida social muito admirável[7]. Na continuidade da vivência dos cristãos na forma de sua descrição, eram percebidos como pessoas que participavam de tudo mas sabendo que um dia passarão desta terra. ¡°Vivem na sua pátria, mas como forasteiros: participam de tudo como cristãos e suportam tudo como estrangeiros. Toda pátria estrangeira é pátria deles, e cada pátria é estrangeira¡±[8]

A vida familiar

O seguimento a Jesus, como luz do mundo apontou também à vida familiar, de todo o fiel que segue o Senhor. As pessoas casavam-se como todas e geravam filhos, filhas, de modo que não abandonavam os recém-nascidos[9]. As autoridades romanas não aceitavam o abandono dos filhos nas praças. Muitos cristãos adotavam esses filhos e filhas para a convivência familiar, como forma de caridade. A carta também dizia que os cristãos estavam na carne, mas não viviam segundo a carne. Eles estavam na terra, mas carregavam a esperança de uma cidadania no céu[10].

As leis estabelecidas e as perseguições

A Carta a Diogneto tinha presentes que os cristãos obedeciam às leis estabelecidas, mas com os seus testemunhos ultrapassavam as leis. Eles amavam a todas as pessoas, e eram perseguidos, desconhecidos, mas sofriam condenações, eram mortos e tinham consciência de que eles receberão a vida. Eles eram pobres, mas enriqueciam a muitas pessoas, eram desprezados, mas eles tornavam-se glorificados, amaldiçoados, mas serão proclamados justos[11].

A importância da caridade

O Senhor colocou-nos como mandamento maior, o amor. ¡°Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento¡±. Esse é o maior e o primeiro mandamento!. Ora, o segundo lhe é semelhante: ¡°Amarás teu próximo como a ti mesmo¡±. Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos (Mt 22,37-40). São Leão Magno, bispo de Roma no século V teve presentes este mandamento aludindo à piedade e à caridade cristãs, em vista de ser verdade o amor a Deus e ao próximo como a si mesmo, e também à toda a humanidade, na qual nós temos em comum a natureza seja as pessoas amigas, seja as inimigas. O Bispo de Roma afirmou que o mesmo Criador que nos plasmou é o mesmo Redentor que nos deu a vida[12]

Jesus Cristo é a luz do mundo. Com Ele nós sigamos o caminho da verdade, da vida e do amor a Deus, ao próximo como a si mesmo. A missão nos leva a viver a luz do Senhor no mundo de hoje, marcado por violências, mortes, guerras, mas nós carregamos a esperança de um mundo melhor, mais fraterno, mais humano na unidade com o Senhor Jesus e à Igreja.

 

[1] Cfr. Cfr. Ambrosio di Milano, Inno2,1-2;7-8. In: Ogni giorno con i Padri della Chiesa. Milano, Paoline, 1996, pg. 21.

[2] Cfr. Idem, pg. 21.

[3] Cfr. Ibidem.

[4] Cfr. Ibidem.

[5] Carta a Diogneto, 5,1. In: Padres Apologistas. São Paulo: Paulus, 1995, pg. 22.

[6] Cfr. Idem, 5,2-3,  pg. 22.

[7] Cfr. Ibidem, 5,4, pg. 22.

[8] Ibidem, 5,5, pgs. 22=23.

[9] Cfr. Ibidem, 5,6, pg. 23.

[10] Cfr. Ibidem, 5, 8-9, pg. 23.

[11] Cfr. Ibidem, 5, 10-14, pg. 23.

[12] Cfr. Leone Magno. Sermone 12,2. In: In: Ogni giorno con i Padri della Chiesa., pg. 31.

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28 janeiro 2025, 13:25