Marco Polo e os Franciscanos no Oriente ¨¦ tema de ³¦´Ç²Ô´Ú±ð°ù¨º²Ô³¦¾±²¹ internacional nas Marcas
¡°Nas pegadas de frei Tomás da Tolentino e de padre Matteo Ricci¡± é o título da sessão de abertura da conferência internacional ¡°Notas de Viagem: Marco Polo e os Franciscanos no Oriente nos séculos XIII e XIV¡±, marcada para a próxima sexta-feira e sábado (18 e 19 de outubro) no Borgo de Tolentino, na região das Marcas, Itália.
A iniciativa, que se insere no programa oficial das ccelebrações dos 700 anos da morte de Marco Polo, conta com a parceria científica da Pontifícia Universidade Antonianum de Roma, da Universidade Ca' Foscari de Veneza e da Universidade de Macerata.
Por meio da contribuição de prestigiados palestrantes provenientes de universidades italianas e estrangeiras, a iniciativa pretende enfatizar as viagens como forma de intercâmbio e encontro entre diferentes culturas e religiões em diálogo entre si.
A Região e numerosas cidades das Marcas mantêm há muitos séculos relações com Veneza, nomeadamente através do Mar Adriático: os comerciantes e frades das Ordens mendicantes, como o franciscano Tomás de Tolentino, partiram em 1290 para chegar primeiro à Armênia, depois à Pérsia, Índia e quem sabe a China, quase sempre viajando em navios mercantes venezianos.
Primum Concilium Sinense
Na tarde de sexta-feira, 18 de outubro, na Igreja de San Catervo para iniciar os trabalhos - introduzidos pelas saudações do bispo de Macerata, Nazzareno Marconi e do padre Simone Giampieri, ministro provincial ofm -, estará Gianni Valente, diretor da Agência Fides, que irá proferir uma palestra sobre o ¡°Primum Concilium Sinense¡± realizado em Xangai há 100 anos, entre maio e junho de 1924. Os documentos daquele Concílio ¨C como atestará o pronunciamento do diretor da Fides ¨C expressam ¡°a urgência de desvincular as presenças e as obras católicas na China de tudo o que possa fazer com que a Igreja apareça como uma entidade para-colonial subserviente aos potentados estrangeiros¡±.
No sábado, 19 de outubro, o dia da conferência programado no Teatro ¡°Nicola Vaccaj¡±, articulada em três sessões, prevê as saudações das autoridades civis e religiosas e depois um longo dia de trabalho concentrado no tema de toda a conferência.
O presidente do 'Comitê para as Celebrações em memória do Bem-aventurado Tomás da Tolentino', o arquiteto Franco Casadidio, sublinha que ¡°o objetivo da Conferência é valorizar o Centenário aprofundando a figura do personagem histórico de Marco Polo sob o aspecto das viagens por ele realizadas que o ligam aos percursos de algumas eminentes figuras franciscanas que cruzaram a Ásia sino-mongol e as Índias quer por motivos ligados à evangelização como por motivos mais estritamente diplomáticos. Estes itinerários representam uma fonte inesgotável de informação em nível religioso, antropológico, geopolítico e histórico-cultural e a escolha do título pretende destacar o estudo da tipologia das fontes do diário-crônica, do qual o ¡®Milhão¡¯ é um exemplo ilustre. Haverá também uma parte dedicada às viagens de outras figuras não franciscanas, como monges e viajantes, ou às crônicas locais de viagens e itinerários naquele particular período histórico¡±.
O Bem-aventurado Tomás de Tolentino
Tomás da Tolentino, sacerdote e mártir da Primeira Ordem (1271-1321), teve o seu culto aprovado pelo Papa Leão XIII em 23 de julho de 1894. Sua memoria é ainda venerada pelos fiéis da Índia, país onde recebeu a palma do martírio.
Desde seu ingresso na Ordem dos Frades Menores nos primeiros anos de sua juventude, Tomás era conhecido como um homem verdadeiramente apostólico, e quando o soberano da Armênia enviou mensageiros ao ministro geral dos minoritas, pedindo-lhes alguns sacerdotes para fortalecer a verdadeira religião em seu reino, Tomás foi escolhido para essa missão com mais quatro de seus irmãos de Ordem.
O apostolado dos frades foi coroado de êxito, reconciliando muitos cismáticos e convertendo muitos infiéis. Entretanto, achando-se a Armênia seriamente ameaçada pelos sarracenos, Tomás voltou à Europa, para solicitar ajuda junto ao Papa Nicolau IV e aos reis da Inglaterra e da França.
Embora voltasse à Armênia, como estava determinado, Tomás prolongou sua viagem até o interior da Pérsia. De novo foi chamado de volta ou enviado à Itália, desta vez, porém, com a finalidade de apresentar um informe ao Papa Clemente V, com vistas a estender sua atividade até à Tartária e à China. Sua embaixada resultou na nomeação de uma hierarquia eclesiástica que consistia em João de Montecorvino como arcebispo e Legado Pontifício para o Oriente, e sete franciscanos como seus sufragâneos.
Nesse meio tempo, o Beato Tomás voltara ao seu campo de trabalho, cheio de zelo pela conversão da índia e da China. Parece que se dirigiu ao Ceilão e Catai, mas ventos contrários empurraram o navio para a ilha Salsete, vizinha a Bombaim. Tomás foi capturado pelos sarracenos, com vários outros irmãos, e encarcerado. Depois de açoitado e exposto aos raios abrasadores do sol, o santo homem foi decapitado. O Beato Odorico de Pordenone recuperou depois o seu corpo e o trasladou para Xaitou. O seu culto foi aprovado em 1894.
*Com informações de Agência Fides e Capuchinhos do Rio de Janeiro
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