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Manifestações na Venezuela Manifestações na Venezuela  (ANSA)

Venezuela: nova mensagem dos bispos por ocasião das eleições presidenciais de 28 de julho

A presidência do episcopado venezuelano fala de uma campanha de repressão e perseguição que resultou em milhares de detidos, inclusive muitos menores de idade, que estão sendo acusados de crimes gravíssimos sem o devido processo legal.

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Passados mais de 30 dias da eleição presidencial de 28 de julho, - lê-se no comunicado da presidência do episcopado venezuelano - o Conselho Nacional Eleitoral não deu a conhecer os resultados da eleição ao povo venezuelano, no qual reside a soberania de forma intransferível (art. 5 da Constituição), na forma prevista na lei e exigida por diversos fatores da opinião pública nacional e internacional.

 

Esse fato é contrário aos valores democráticos garantidos pela Constituição. Desconsiderar a soberania do povo, expressa por meio do voto - afirmam os bispos -, é moralmente inaceitável, pois é um grave desvio da verdade e da justiça. A verdade, mesmo que queira ser ocultada ou reduzida à opinião de poucos, prevalecerá (cf. Mc 4:22).

Outro grande motivo de preocupação em relação à efetiva vigência da democracia venezuelana é a promoção, por parte de diversos órgãos estatais, de uma campanha de repressão e perseguição que resultou em milhares de detidos, inclusive muitos menores de idade, que estão sendo acusados de crimes gravíssimos sem o devido processo legal.

Os bispos venezuelanos destacam ainda que é particularmente preocupante a perseguição a que estão sendo submetidas as testemunhas nas seções eleitorais, os comunicadores sociais, o candidato com o maior número de votos e os líderes da oposição, em clara contradição com os princípios da pluralidade política e da independência das autoridades públicas garantidos pela Constituição e pelas leis da República. Em uma democracia, é essencial respeitar os direitos de todos, especialmente os dos menores e de suas famílias.

Esses acontecimentos geraram um clima de inquietação e ansiedade em amplos setores da população que em nada contribui para a convivência saudável dos cidadãos. Pelo contrário, dificultam seriamente a superação, com a cooperação de todos, dos grandes problemas e necessidades que nos afetam como nação”. (3 de setembro de 2024)

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04 setembro 2024, 12:25