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O Papa Francisco durante o encontro com os jovens no Centro de Conven??es de Dili (Vatican Media) O Papa Francisco durante o encontro com os jovens no Centro de Conven??es de Dili (Vatican Media)

Timor-Leste: hist¨®rias de f¨¦ e de mart¨ªrio na Igreja timorense

O Papa concluiu esta quarta-feira (11/09) a hist¨®rica visita a Timor-Leste, no ?mbito de sua 45? Viagem Apost¨®lica Internacional. Antes de deixar a pequena na??o do sudeste asi¨¢tico, em seu ¨²ltimo compromisso em terras timorenses, Francisco encontrou os jovens aos quais ressaltou que este pa¨ªs tem ¡°uma hist¨®ria maravilhosa de hero¨ªsmo, de f¨¦, de mart¨ªrio e, sobretudo, de f¨¦ e reconcilia??o¡±. Nesse contexto, trazemos aqui uma p¨¢gina desta hist¨®ria de f¨¦ e de mart¨ªrio na Igreja timorense

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O Timor-Leste tem ¡°uma história maravilhosa de heroísmo, de fé, de martírio e, sobretudo, de fé e reconciliação¡±, disse o Papa Francisco, falando aos jovens timorenses, em seu último encontro antes de deixar a pequena nação católica do sudeste asiático e seguir para Singapura, última etapa de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional, depois de ter visitado, inicialmente, a Indonésia e Papua Nova Guiné.

Timorenses celebram seus missionários mártires

Aquela história foi escrita sobretudo durante a fase mais sangrenta do conflito com a Indonésia, na época do referendo de independência em 1999, quando bandos armados pró-Indonésia realizaram massacres e violência indiscriminada antes que o exército de ocupação deixasse o território timorense. Os representantes da Igreja também sofreram: o bispo de Baucau foi ferido, outros foram forçados a fugir, padres, consagrados, catequistas e seminaristas perderam suas vidas.

Entre os ¡°agentes pastorais violentamente assassinados¡± estão Tarcisius Dewanto, jesuíta, Hilario Madeira e Francisco Soares, nativos do Timor-Leste, três sacerdotes que prestavam serviço pastoral na Igreja católica de Suai. Eles foram mortos em 6 de setembro de 1999 e hoje, em sua memória, a comunidade dos batizados do Timor-Leste celebra o Dia dos Missionários Mártires.

Testemunhas do Evangelho até o fim

Os padres fizeram escudo com seus corpos para tentar evitar o massacre de 100 civis. Cinco dias após o massacre de Suai, Karl Albrecht, um jesuíta alemão de 70 anos que havia chegado à Indonésia em 1959, também foi morto a tiros em sua casa.

Na cidade de Dare, o padre Francisco Barreto, então diretor da Caritas local, foi morto. Mais a leste, entre Dili e Baucau, em 25 de setembro, duas religiosas canossianas foram assassinadas junto com alguns seminaristas e leigos quando estavam a caminho para prestar socorro aos desabrigados.

Ao lado da população, deram a vida pelos indefesos

Elas eram a irmã Erminia Cazzaniga, italiana, e a irmã Celeste de Carvalho Pinto. Hoje, o Grupo Missionário de Sirtori, local de nascimento da irmã Erminia, na província de Lecco, na Lombardia, norte da Itália, está coletando material para promover a causa a fim de que seja proclamado seu martírio.

Após a votação pela independência, milícias leais, apoiadas pelo exército indonésio, lançaram uma campanha punitiva que matou cerca de 1.400 cidadãos timorenses e forçou a fuga de mais de 300 mil pessoas. Sacerdotes, irmãs, religiosos e catequistas poderiam facilmente ter deixado a ilha, mas, animados pela fé e pela caridade, escolheram ficar ao lado da população e dar suas vidas pelo povo indefeso até o fim.

(com Fides)

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11 setembro 2024, 10:11