Cardeal Zuppi: a Europa n?o deve ceder ¨¤ l¨®gica do rearmamento
Alessandro Guarasci - Pope
Guerra na Ucrânia, luta contra a exploração do trabalho, autonomia diferenciada, cooperação para o desenvolvimento. O cardeal Matteo Zuppi, presidente da Conferência Episcopal Italiana, se reuniu em Roma com cerca de 60 representantes do Focsiv, a Federação Internacional das ONGs de Inspiração Católica. Com os voluntários, ele discutiu as questões mais atuais e, ao mesmo tempo, lançou a ideia de estados gerais para a cooperação ao desenvolvimento.
A Europa nasce para resolver conflitos, mas existe uma lógica militar
O purpurado também é o enviado do Papa para tentar resolver a crise bélica na Ucrânia, e pediu que as negociações sejam feitas logo. "Acredito que temos que nos preocupar muito se a lógica for apenas a do rearmamento. E quando a Europa investe ou pensa que esse é o único caminho, temos que nos preocupar ainda mais", diz o cardeal, "porque a Europa nasceu exatamente do oposto, da profunda convicção de que os conflitos devem ser resolvidos não com armas, mas com uma soberania capaz de encontrar as ferramentas para isso. Na complexidade, acho que há muito trabalho a ser feito nesse sentido aqui, infelizmente há uma lógica militar. Se a paz é a vitória, quantos riscos com isso! Temos que acreditar que existe outro caminho, a insistência da negociação não é um exagero terapêutico. Resolver os conflitos pensando juntos e encontrando instrumentos supranacionais para resolvê-los".
Os estados gerais para reforçar a cooperação
Por fim, o cardeal Matteo Zuppi lançou a ideia dos estados gerais de cooperação, "porque estamos em um momento de grandes desafios, para motivar, para remotivar. Não há futuro sem cooperação e, portanto, são necessárias respostas. Portanto, precisamos de mais apoio", mas infelizmente há uma tendência de encher os arsenais em vez de encher os celeiros.
Para a maioria dos países industrializados, a meta de alocar 0,7% do PIB para a cooperação está muito distante. Ivana Borsotto, presidente da Focsiv, concorda, convencida de que "os Estados Gerais seriam um caminho muito necessário, porque não devemos ter uma atitude defensiva, pois muitos países não querem a cooperação para o desenvolvimento. Portanto, precisamos voltar a fazer propostas políticas às instituições e aos partidos, inclusive sobre a inteligibilidade da política externa italiana". A Focsiv, que reúne uma centena de ONGs e 15 mil voluntários, por sua vez, pede que a Europa tenha uma presença maior na África, evitando que todo o espaço seja ocupado pela China e pela Rússia.
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