ACN financia painéis solares para Igreja na í e íԴ
Por Filipe d'Avilles, da Ajuda à Igreja que Sofre
A crise econômica dos últimos anos no Líbano e na Síria paralisou a vida dos seus cidadãos em muitos aspectos. Muitos produtos e fornecimentos que antes eram tidos como garantidos passaram a ter preços proibitivos, incluindo a electricidade. Os preços na Síria aumentaram 500% nos últimos tempos.
Em muitas partes do Líbano, a electricidade fornecida pelo Estado só está disponível durante cerca de quatro horas por dia, fazendo com que as pessoas dependam de geradores dispendiosos alimentados a combustível.
Na Síria, a situação é ainda pior, com fornecimentos - dependendo da região - de até três horas de electricidade por dia, e a única alternativa são geradores frequentemente geridos por empresas que operam como verdadeiras máfias. Em algumas partes do país, como a capital Damasco e Homs, muitas vezes não existem geradores disponíveis, pelo que a população depende inteiramente do fornecimento muito limitado de electricidade por parte do Estado.
Isto afeta seriamente também as atividades da Igreja. As paróquias e comunidades não podem oferecer serviços aos seus fiéis, o armazenamento de alimentos e o aquecimento são limitados e o aumento dos preços reflete-se no custo de acolher grupos para retiros ou outros encontros religiosos. Este fenômeno também tem impacto nas atividades sociais da Igreja: orfanatos, lares de idosos, escolas e creches lutam para funcionar no escuro, e a intoxicação alimentar é galopante devido à falta de refrigeração.
Para resolver esta grande crise, a fundação internacional de direito pontifício Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) decidiu ajudar as instituições eclesiásticas com o financiamento em grande escala de painéis solares. Nos últimos anos, a fundação aprovou mais de 60 projectos, quer na Síria como no Líbano, no valor de mais de 1,7 milhões de dólares, e o resultado foi a volta da luz e da esperança aos beneficiários. Um total de 24 congregações religiosas serão beneficiadas com estes projetos, bem como 37 paróquias de 16 dioceses de ambos os países. Além disso, onze conventos e sete seminários e noviciados, bem como 22 escolas, também usufruirão de energia solar.
Ao passar da electricidade fornecida pelo Estado e dos geradores alimentados a carbono para a energia solar, estes prédios da Igreja também dão um exemplo de alternativas sustentáveis e respeitosas do ambiente, em linha com as preocupações com o cuidado da “casa comum” – o nosso planeta – frequentemente manifestadas pela Santa Sé.
Ferramentas para construir o futuro
No Líbano, por exemplo, a Paróquia de Santa Tecla, no bairro de Kartaboun, na cidade de Biblos, pagava 60 dólares por mês pela electricidade, mas desde a instalação dos painéis solares, a fatura mensal é de apenas três dólares, o que significa mais recursos para a missão pastoral da paróquia, afirmou o padre Christian Gerges à AIS.
As religiosas da Congregação da Sagrada Família também afirmam que muitas coisas mudaram graças aos painéis solares. “O Estado fornece-nos uma ou duas horas de electricidade por dia e é muito custosa. Antes tínhamos uma câmara fria e três geladeiras, agora só temos uma. Além disso, tivemos que pagar um aluguel de gerador que nos custava 30 dólares, mais custos de eletricidade entre 300 e 400 dólares, mas agora, com os painéis solares, os nossos custos foram reduzidos para seis dólares, e nos meses de outono não gastamos nada, por isso economizamos muito dinheiro”, explica a Irmã. Yaout.
Estas irmãs trabalham especialmente com pessoas com deficiência intelectual, e a economia em electricidade permite-lhes agora cobrar menos aos grupos para ficarem na casa de hóspedes do convento. Isto mostra que os benefícios dos projetos de painéis solares se estendem a toda a comunidade cristã.
Temos outro exemplo em Zgharta, onde a congregação Antoniana dirige a escola Mar Antonios. Durante uma visita recente, um estudante declarou à ACN que “estes novos painéis solares vão mudar realmente a nossa vida quotidiana, porque vão permitir-nos tirar melhor proveito das nossas aulas. É como se vocês nos tivessem dado as ferramentas para construir o nosso futuro e estamos muito gratos por isso.”
Um professor da mesma escola acrescentou: “A situação é complicada e estamos sofrendo com a crise, mas estamos muito gratos à ACS por tudo o que faz. Obviamente, os painéis solares melhoraram muitas coisas, principalmente no que diz respeito ao ensino. “Agora temos eletricidade para os quadros digitais e podemos dar aulas em melhores condições.”
A ACN continuará a ajudar as comunidades cristãs a superar dificuldades nos seus países de origem, com projetos que ofereçam soluções práticas e sustentáveis para facilitar as suas vidas e permitir-lhes continuar a cumprir a sua missão e vocação de servir os mais necessitados. da sociedade.
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