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O livro Conversa no Espírito: Discernimento e Sinodalidade, de autoria dos jesuítas Juan Antonio Guerrero Alves e Óscar Martín López, foi lançado no dia 30 de abril no Espaço Francisco ¨C Casa de Inovação da PUC-Rio, com a presença do Reitor da PUC-Rio, Pe. Anderson Antonio Pedroso, S.J, de vários jesuítas que trabalham e colaboram com a Universidade, além de autoridades, professores, estudantes e funcionários. Editado em português, espanhol e italiano, o livro foi prefaciado pelo Papa Francisco e chega num momento em que a Igreja e a própria Universidade se renovam na busca por promover, cada vez mais, a escuta e a transparência em processos institucionais.
Durante três anos, findos em dezembro de 2022, Pe. Guerrero, S.J., atuou como Prefeito da Secretaria de Economia do Vaticano, cargo popularmente conhecido como Ministro da Economia. Homem de confiança do Papa Francisco, teve importante papel na implantação de uma gestão econômica mais transparente para a Santa Sé. Agora, ele se junta à equipe da PUC-Rio como mais um Assessor Especial da Reitoria ¨C atualmente são cinco - como recorda o reitor:
"Os jesuítas têm um modo de proceder que é muito espiritual, com discernimento e pensamento profundo, mas também bastante prático e inovador. É próprio da Companhia de Jesus agir como um corpo, e as obras confiadas a ela, como a PUC-Rio, sempre recebem reforço, atenção e disponibilidade apostólica. A vinda do Pe. Guerrero demonstra a disponibilidade que nós jesuítas temos para ir aonde somos necessários. Naturalmente, por ele ser economista e ter grande experiência administrativa, poderá nos auxilar com as reformas que já iniciamos: transparência financeira, transparência de processos, transparência de demandas; nos ajudar a implementar o Plano Estratégico 2024-2030, que está em preparação, tudo isso pautado por uma governança ética. Temos que ser uma universidade atualizada, realmente preparada para os desafios contemporâneos. E ele é um grande jogador, eu diria da Champions League."
Padre Juan Antonio Guerero, S.J., se mostrou impressionado com a PUC-Rio, em especial com o campus e a pesquisa: "eu tenho experiência com outras universidades pelo mundo, mas normalmente não tão bonitas. A natureza se impõe... O campus não tem comparação. A pesquisa também é muito impressionante. Fiz uma virada, conheci projetos interessantíssimos", declarou. E com uma abordagem leve, mas esclarecedora, falou sobre a iniciativa do livro e os principais conceitos da conversação no Espírito:
"A história deste livro é um acidente. Eu estava fazendo sabático em um centro de espiritualidade no Paraguai, depois de sair do Vaticano. O Óscar, que escreveu o livro comigo, estava há 40 anos naquele país e colaborava com sua diocese no processo sinodal. Em uma ida ao Brasil, para a etapa continental, protagonizou a conversação espiritual e recebeu um convite dos bispos brasileiros para escrever sobre o método, bastante benéfico para as reuniões. Eu não pensava em participar, e até resisti um pouco, mas passeávamos todas as noites e falávamos espiritualmente, porque eu estava ali para cuidar do espírito. Falando, falando, escrevemos este livro. É fruto das nossas conversas, leituras e estudos."
De acordo com a obra, na conversação espiritual, a escuta deve ser ativa e vulnerável: ativa, para que se possa extrair o que o outro quer dizer; vulnerável, para que se possa mudar pré-compreensões, a partir do ponto de vista do outro. Os indivíduos devem falar em pé de igualdade, desconsiderando cargos, idade. E o padre acrescentou:
"Na escola do Espírito, todos somos aprendizes. É preciso ainda que cada ouvinte saia de si mesmo e compartilhe o que tiver em comum, sem se sentir maior ou menor do que o outro. Quando se quer encontrar a vontade de Deus, é preciso colocar entre parênteses a vontade própria. É difícil, mas talvez seja o mais importante para descobrirmos, também em nós mesmos, algo não conhecíamos. Também é importante diminuirmos o ruído externo, os grupos de pressão, as vozes que falam dentro de nós, os lobbys, a opinião pública. Por fim, é necessário renovarmos a missão com o amor ao mundo e não o amor ao mundano, embora não faça sentido rejeitar o que é mundano, já que o mundo é nosso lugar de missão."
Padre Mario de França Miranda, S.J, Emérito da Teologia e ex-professor de Guerrero, se disse muito feliz com o valor dado, no livro, ao Espírito Santo:
"Eu sou fanático pelo Espírito Santo. No fundo, o Espírito Santo é muito mais importante do que qualquer sacramento. Ele é, de fato, a ação do Deus em cada um de nós... Hoje, vivemos num mundo de muito barulho, de um tempo acelerado, tanto que é difícil encontrar momentos em que o silêncio nos põe em união com o próprio Espírito Santo que está em nós. Não percebemos. A Bíblia é a palavra de Deus ou é a palavra humana? É a palavra humana. É a ação do Espírito que nos faz ver a palavra de Deus."
Padre Paul Schweitzer, S.J, Professor Emérito da Matemática observou que a capa da edição brasileira manifesta, de maneira concreta, a sinodalidade da Igreja, com imagens de grupos de trabalho.
Antes de dar início à sessão de autógrafos, Pe. Anderson lembrou que o Espírito Santo é como um grande ambiente em que se respira, assim como a Universidade, que convida à profundidade, à escuta, à abertura: "a conversação espiritual é uma prática que podemos adquirir, exercitar, e eu acho que o livro vai nos ajudar bastante. Eu quero propor, para a PUC como um todo, aprofundar o método. Vou entrar em negociação com o autor".
Colaboração: Reitoria da PUC-Rio
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