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O Pe. Eliezer Cezar de Paiva, p¨¢roco da Catedral N.S. de F¨¢tima e vig¨¢rio geral da diocese de Imperatriz (MA) O Pe. Eliezer Cezar de Paiva, p¨¢roco da Catedral N.S. de F¨¢tima e vig¨¢rio geral da diocese de Imperatriz (MA) 

Representante brasileiro em Encontro de P¨¢rocos em Roma: o trabalho cria comunh?o

O p¨¢roco da Catedral Nossa Senhora de F¨¢tima e vig¨¢rio geral da diocese de Imperatriz (MA), Pe. Eliezer Cezar de Paiva, ¨¦ um dos cinco representantes do Brasil no Encontro Internacional de P¨¢rocos que termina nesta quinta-feira (2), em Roma. A portas fechadas, 200 p¨¢rocos de 99 pa¨ªses est?o reunidos no esp¨ªrito da sinodalidade.

Pe. Luis Miguel Modino

Uma das premissas fundamentais da sinodalidade é a escuta, que deve ser feita a todos. A Secretaria do Sínodo dos Bispos, em parceria com os dicastérios para a Evangelização, para o Clero e para as Igrejas Orientais, querendo aprofundar essa escuta, organizou de 29 de abril a 2 de maio o Encontro Internacional ¡°Os párocos para o Sínodo¡±.

200 párocos de 99 países

200 párocos de 99 países, que no último dia serão recebidos pelo Papa Francisco, estão na casa ¡°Fraternas Domus¡±, em Sacrofano, na periferia de Roma, para oferecer sugestões e propostas que possam ser incluídas no Instrumentum Laboris que será usado na segunda sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, de 2 a 27 de outubro de 2024, contando com a participação daqueles que estiveram presentes na primeira sessão, de outubro de 2023.

Uma escuta aos párocos que o secretário geral da Secretaria do Sínodo dos Bispos, cardeal Mário Grech, considera de grande importância no caminho de discernimento sinodal, segundo afirmou no início do encontro. Ele transmitiu o pedido do Papa Francisco para que os párocos discutissem o que eles quisessem, falassem sem medo e sem receio, e fossem profundamente honestos em dizer o que vivem em suas paróquias. Esse encontro é visto pelo prefeito do Dicastério para o Clero, cardeal Lazarus You Heung-Sik, como oportunidade para escutar e não tanto ensinar como os párocos devem viver a sinodalidade em suas paróquias. O objetivo é descobrir experiências de sinodalidade nas paróquias e, no diálogo, partilhar essas experiências.

Criar comunhão com os leigos

Entre os participantes do encontro está o pároco da Catedral Nossa Senhora de Fátima e vigário geral da diocese de Imperatriz (MA), Pe. Eliezer Cezar de Paiva, um dos cinco representantes do Brasil. Ele é o único pároco presente das regiões Nordeste e Norte do Brasil: ¡°tem sido uma experiência enriquecedora desde o momento em que o meu bispo me comunicou¡±. A alegria com que o Pe. Elizeu está vivendo o encontro vem motivada pelo fato de estar trabalhando em sua diocese com o Sínodo sobre a Sinodalidade e na coordenação do Sínodo diocesano, que iniciou em 2023.

Em suas intervenções - nos grupos de conversação no Espírito e na plenária -, ele tem insistido na ¡°importância do trabalho dos párocos, mas aquele trabalho que cria comunhão com os leigos nos seus diversos carismas e ministérios¡±. E ainda: ¡°não cheguei aqui como paraquedista, eu cheguei aqui como uma pessoa que vem colaborando na esfera diocesana com o sínodo universal e o sínodo diocesano. Também tento colaborar naquilo que eu faço como padre, pároco e professor no seminário¡±, sendo a sinodalidade ¡°uma das temáticas com as quais me identifico e sempre falo e transmito aos seminaristas. Esse perfil de uma Igreja verdadeiramente ligada às realidades concretas do mundo e às realidades concretas da vida das pessoas; não uma Igreja muito teórica, uma Igreja abstrata¡±, ressalta.

Quatro pontos a destacar

Entre as partilhas dos 200 párocos, o representante do clero brasileiro destaca quatro elementos. Em primeiro lugar, uma experiência colocada por um sacerdote da Austrália, que criou em sua paróquia o Conselho Paroquial Juvenil, fazendo com que os jovens decidam na paróquia todas as ações pastorais ligadas a eles. Uma alternativa aos tradicionais membros dos conselhos paroquiais, fazendo com que essa experiência venha atingindo outras paróquias lá na Austrália. Ele destaca ¡°como seria interessante se nas nossas paróquias os padres dessem voz aos jovens por meio de um conselho estabelecido¡±, fazendo com o padre se reúna com os jovens, algo que é difícil, para ¡°deliberar sobre situações que dizem respeito a eles¡±.

Em segundo lugar destaca uma tônica que quase todos os grupos salientaram: que ¡°o tradicionalismo, o clericalismo e a mundanização dos padres, termos muito usados pelo Papa Francisco, dificultam muito a construção desse perfil sinodal nas paróquias e consequentemente nas dioceses¡±. Junto com isso, em terceiro lugar, ressalta o clima de oração com que o encontro acontece: ¡°é um ambiente orante; as discussões, as partilhas são orantes; você vê uma abertura muito grande ao Espírito por meio da oração¡±.

Finalmente, algo que será realizado no dia 2 de maio, a audiência dos párocos com o Papa Francisco. O Pe. Eliezer antecipou que o Pontífice "mandou um recado para nós aqui, dizendo que não vai fazer nenhum discurso, mas que vai abrir para que façamos perguntas a ele¡±. Entre as perguntas preparadas pelos participantes serão escolhidas algumas delas, vendo isso como ¡°o modo Francisco de ser, nada de formalidade, nada de receio¡±.

Necessidade de envolver mais os párocos

O encontro, segundo o Pe. Adelson Araujo dos Santos, um dos facilitadores do encontro, missão que também assume na Assembleia Sinodal, é uma proposta que consta no Relatório de Síntese da primeira sessão. O jesuíta brasileiro disse que ¡°foi uma constatação dos próprios membros do Sínodo que haveria necessidade de envolver mais os párocos, porque, afinal, é uma parte significativa da Igreja que está diretamente caminhando junto com o povo de Deus, e, como povo de Deus, como batizados e batizadas lá na linha de frente em todas as situações, desde as populações urbanas até os meios mais distantes, rurais, longínquos, em tantas diferentes culturas e realidades¡±.

O professor da Universidade Gregoriana de Roma destacou que ¡°são eles que têm toda uma riqueza de proximidade com os leigos, com os jovens, com as populações mais excluídas e empobrecidas¡±. Ele insistiu na ¡°riqueza que eles têm a contribuir com esse processo sinodal¡±. Por isso, os párocos foram enviados pelas conferências episcopais para ¡°compartilharem as experiências¡±, enfatizou o jesuíta. Isso está se realizando num estilo sinodal, em grupos de dez, acompanhados por um facilitador, para depois partilhar em plenária e fazer perguntas para alguns convidados e a coordenação geral do Sínodo.

Um encontro que está cumprindo seu objetivo de reunir as informações. E, do Papa, receberação uma missão, de levar para seus países, regiões, conferências e dioceses, a riqueza desse encontro, sublinhou o Pe. Adelson Araújo dos Santos.

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01 maio 2024, 08:58