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Papa Francisco em Portugal para a JMJ Lisboa 2023 /foto: João Lopes Cardoso Papa Francisco em Portugal para a JMJ Lisboa 2023 /foto: João Lopes Cardoso 

O pulsar do Sínodo em Portugal

Rede Sinodal em Portugal publica uma síntese dos contributos das dioceses portuguesas sobre o caminho sinodal

Rui Saraiva – Portugal

No dia 6 de janeiro de 2024, Epifania do Senhor, foi lançado o site ‘Rede Sinodal em Portugal’ () para manifestar esperança no caminho da Igreja.

A plataforma, desenvolvida por uma equipa de forma voluntariosa, inspira-se no livro “Não temos medo – Reflexões sobre a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 e o caminho sinodalâ€, e abriu um espaço no ambiente digital que centraliza a informação sinodal, propondo caminhos de encontro e diálogo.

O site foi anunciado a todos os bispos e dioceses de Portugal, e respetivas comissões sinodais, a quem foram pedidos os contributos sobre o andamento dos respetivos processos de trabalho sinodal. Apresenta agora uma síntese: o pulsar do Sínodo em Portugal.

A pulsação sinodal das dioceses

A primeira diocese a enviar informações foi Vila Real através da sua Equipa Sinodal Diocesana, que deu conta da preparação de uma estratégia de encontros para “envolver toda a diocese na caminhada sinodal†e combater o “alheamento†sentido por “alguns setores da Igrejaâ€. Informou ainda que foi elaborada “uma proposta e um calendário, bem como uma ficha de trabalho, para ajudar a uma melhor organização desta fase a nível diocesanoâ€, divulgando datas a cumprir. Passados cerca de dois meses, a mesma diocese enviou também a síntese, enviada à Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), onde se destacam vários pontos de reflexão como a conversão à sinodalidade, o papel da mulher na Igreja, uma Igreja mais acolhedora e os jovens como protagonistas. 

“Ficou patente a urgência de conversão à sinodalidade, embora se note ainda uma certa desconfiança no processo, até do próprio clero. Para ultrapassar este limite, aconselha-se a partilha alargada, reflexão e aprofundamento do Relatório de Síntese do Sínodo dos Bispos, através de encontros nas paróquias, arciprestados, movimentos e secretariadosâ€, escreve a Equipa Sinodal da diocese de Vila Real.

Entretanto, a Rede Sinodal ficou a saber que no Patriarcado de Lisboa a respetiva Comissão Sinodal desenvolveu uma “estratégia†que “passou por uma Assembleia Diocesana dos Coordenadores Locais (Delegados das comunidades cristãs), no passado dia 13 de janeiro de 2024â€. Depois dessa assembleia os delegados teriam a missão de dinamizar as suas comunidades. De destacar que os jovens da diocese “fizeram também um trabalho sinodal (Forum Geração Rise Up) na sequência da Jornada Mundial da Juventudeâ€.

Por sua vez, a diocese de Aveiro partilhou a “preocupação maior de não deixar morrer o dinamismo sinodal†e informou que a síntese diocesana é “ponto de partida nos trabalhos de planificação pastoral†e na “tomada de decisões nas várias instâncias eclesiaisâ€. No documento enviado destaca-se a “atitude de permanente conversão pastoralâ€, apontando à “revitalização pastoral das comunidades, mais abertas à missão, mais atentas às periferiasâ€, e à “urgência em definir prioridades na busca de caminhos que interpelem a consciência dos crentesâ€.

A Comissão Sinodal da diocese do Porto decidiu abrir a reflexão sobre o Relatório de Síntese do Sínodo ao Conselho Diocesano Pastoral e ao Conselho Presbiteral Diocesano. Momentos de reflexão que decorreram durante o mês de fevereiro 2024, informou. A Comissão Sinodal do Porto sublinhou a importância da consulta diocesana realizada na primeira fase do Sínodo e a respetiva síntese que deu expressão à participação de 194 paróquias e de mais de 30 contributos de comunidades de vida consagrada, de movimentos e de outros grupos.

A diocese de Lamego quer encarar este “sínodo como um processo sem fim†e a sua Comissão Sinodal informou que neste tempo de reflexão “em cada semana foi publicado uma espécie de resumo de uma das partes do relatório sínteseâ€. A intenção foi que “um maior número de pessoas possível tome conhecimento dos conteúdos do Relatório de Síntese, para se poderem pronunciar com mais assertividadeâ€, explicou a Comissão. 

A diocese de Angra, lançou no seu portal, , uma “auscultação a todo o Povo de Deus sobre a Igreja que somos e a Igreja que queremos ser, no sentido de caminharmos juntosâ€. Sob o banner com o logotipo do biénio e do Itinerário Pastoral surge a palavra “participe†que encaminha para um formulário, onde se “convida todos os visitantes a participar no nosso Itinerário que se cruza, naturalmente, com o Itinerário de preparação da Assembleia do Sínodoâ€, como divulgado à Rede Sinodal.

A diocese da Guarda envolveu-se na preparação da síntese a enviar à CEP, através dos seus Conselhos Presbiteral e Pastoral, apontando a “responsabilidade dos leigos, incluindo o abrir caminho para também poderem liderar comunidades, o lugar das mulheres na vida da Igreja, elas que, visivelmente, são o maior número dos participantes, a necessidade de cuidar melhor a formação do clero, pois, hoje em dia, essa também é obrigação de qualquer profissionalâ€. Em comunicado, o Conselho presbiteral referiu que “quanto ao papel do bispo†é necessário “criar condições para o exercício de uma maior corresponsabilidade nas liderançasâ€.

Na diocese de Portalegre-Castelo Branco a reflexão sinodal envolveu grupos e comunidades, baseando-se, sobretudo, “nos números 8 a 12, 16 e 18 do Relatório Síntese da Primeira Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bisposâ€. Numa diocese “envelhecida e desertificada†nem sempre é fácil “abordar estes temas e ter gente para refletir sobre o sínodoâ€, como partilhou a Comissão Sinodal diocesana com a Rede Sinodal.

Entretanto, a Equipa Sinodal diocesana de Setúbal “elaborou um guião orientador enviado ao Clero e aos Coordenadores Locais para apoiar os grupos de trabalhoâ€. Numa mensagem enviada às comunidades, o cardeal Américo Aguiar, bispo de Setúbal, pediu “especial empenho nesta nova fase do processo sinodalâ€, que iria culminar no dia 17 de março num encontro de coordenadores locais.

A diocese de Bragança-Miranda promoveu uma formação para todos os agentes pastorais sobre a sinodalidade, “Como ser Igreja sinodal em missão?â€, onde o bispo diocesano, D. Nuno Almeida, admitiu a necessidade de “uma cultura e uma espiritualidade sinodaisâ€.

As restantes dioceses, Algarve, Beja, Braga, Coimbra, Évora, Forças Armadas e Segurança, Funchal, Leiria-Fátima, Santarém, Viana do Castelo e Viseu, foram contactadas pela Rede Sinodal, mas não divulgaram informação.

Encontros de diálogo sinodal

Na dinâmica a que se propôs, a Rede Sinodal está a promover encontros presenciais de diálogo sinodal, que foram já concretizados com encontros nas dioceses de Aveiro, Coimbra e Porto. Em breve vão acontecer encontros nas dioceses de Lisboa, Guarda e Braga.

Num movimento de espírito voluntário, assente na esperança do caminho conjunto, a Rede Sinodal em Portugal afirma-se como espaço aberto, de acolhimento e divulgação, onde o pulsar do Sínodo em Portugal leva à reflexão de tantos temas que nos envolvem, questionam e alegram nesta partilha do Evangelho.

Laudetur Iesus Christus

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26 março 2024, 15:38