REPAM prepara a celebra??o de 10 anos: tempo para ¡°amazonizar a humanidade¡±
Padre Modino ¨C Regional Norte 1 da CNBB
Recentemente, o irmão João Gutemberg Sampaio, secretário executivo da REPAM, e Rodrigo Fadul, secretário adjunto, visitaram em Brasília diversas instituições, buscando avançar nesse tecer redes. Uma dessas visitas foi na sede das Pontifícias Obas Missionárias (POM), a casa onde nasceu a REPAM, segundo lembrou a Ir. Regina da Costa Pedro, diretora das POM-Brasil, que vê esse nascimento como um sinal da providência de Deus. Segundo a religiosa, ¡°as Pontifícias Obras e a REPAM que tem muito em comum. A missão é uma missão que promove a vida e a vida em plenitude, porque o anúncio do Reino de Deus tem esse grande sonho de que os sinais do Reino se multipliquem em todas as partes¡±.
A Ir. Regina insistiu em que ¡°cuidar da nossa casa comum, cuidar dos povos que são os guardiões da casa comum é algo que faz com que a REPAM e as Pontifícias caminhem realmente lado a lado¡±, vendo a visita como algo que estreita laços e ¡°ajuda a pensar e a sonhar uma colaboração ainda mais estreita para que as nossas pautas possam se reforçar mutuamente e para que possamos de verdade trabalhar juntos¡± em favor da causa dos povos e do ambiente, para que possa ser levada a frente essa causa por toda a Igreja.
Os 10 anos da REPAM é uma renovação dos compromissos, segundo Luiz Felipe Lacerda, secretário executivo do Observatório Luciano Mendes de Almeida (OLMA), que destacou os desafios da Amazônia e de seus povos. Ele insistiu na colaboração com os outros como algo explícito dos jesuítas, dizendo ter aprendido muito com a REPAM sobre como fazer rede e enfrentar os desafios e as dificuldades, um espaço de troca de expectativas e de conquistas ao longo dos anos. Um modo de ver a REPAM que também é partilhado pela Iniciativa Interreligiosa pelas Florestas Tropicais, que faz parte do Programa de Meio Ambiente da ONU, olhando para a REPAM como inspiradora, sendo instituições que ajudam a carregar as dores da Amazônia e dos povos da região, garantido a preservação.
Para a Vida Religiosa no Brasil, o papel articulador da REPAM é de grande importância, segundo a Ir. Valmi Bohn, do Setor Missão da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), e junto com isso a espiritualidade encarnada e a defesa dos povos e da diversidade amazônica, assumida pela Rede. O encontro ajudou a fortalecer laços entre CRB e REPAM disse a religiosa, que destacou o grande número de religiosas e religiosos presentes nas fronteiras geográficas e existenciais, dando a vida pelos mais vulneráveis e defendendo a vida da casa comum, sendo reforçada a importância do intercambio de conhecimentos. A religiosa ressaltou igualmente a prioridade da CRB de assegurar a presença profética e transformadora e assumir a ecologia integral como estilo de vida.
A REPAM nasceu no ambiente missionário, destacou dom Mauricio Jardim, bispo da diocese de Rondonópolis-Guiratinga e presidente da Comissão Episcopal para a Ação Missionária da Conferência Nacional do Bispos do Brasil (CNBB). Segundo o bispo, ¡°a REPAM sempre nos ajudou a entender a missão, como o Papa Francisco insiste, como paradigma, como eixo e como a chave para a toda a vida da Igreja¡±. Dom Maurício Jardim enfatizou que ¡°uma Igreja em saída, uma Igreja em constante e permanente estado de missão¡±. Nessa perspectiva, ¡°a REPAM nos recorda a importância da Amazônia e do cuidado com a nossa casa comum, a importância da ecologia integral e entender de forma mais ampla a missão¡±.
O Conselho Indigenista Missionário (CIMI), participou da gestação da REPAM, lembrou seu secretário executivo, Luis Ventura, acompanhando isso como uma grande notícia para a Igreja na região Pan-amazônica, trazendo muita lucidez na defesa dos direitos humanos e do cuidado da Criação na Amazônia, algo que prosseguiu com a encíclica Laudato Si´ e o Sínodo para a Amazônia. Segundo o secretário executivo do CIMI são sinais do Espírito, vendo os 10 anos da REPAM como ¡°uma celebração de uma Igreja que quer se colocar ao serviço dos povos a partir de uma territorialidade diferente¡±, que segundo ele ¡°está marcada pela própria realidade dos povos da Amazônia¡± e leva a pensar numa perspectiva além das fronteiras e a se articular com outras igrejas e realidades.
10 anos de esperança, de desafios, de experiência de Deus, de pôr em prática a Palavra de Deus, de valorizar e resgatar a vida, caminhando com os mais empobrecidos, povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, daqueles que ao longo da história foram excluídos do processo de desenvolvimento, destacou o padre Nereudo Freire Henrique, ecônomo da CNBB. Ele insistiu em que a estrutura da REPAM é marcada pela transparência, para assim buscar a justiça, a prática da ecologia integral, a solidariedade, a escuta, a partilha, o estar nos territórios. 10 anos de anúncio e de recuperação da vida para todos.
Uma das entidades fundadoras da REPAM foi a CNBB, e segundo seu secretário geral, dom Ricardo Hoepers, ¡°com os 10 anos nós queremos cultivar a memória e semear a esperança¡±, considerando o caminhar dessa Rede como ¡°uma verdadeira missão: amazonizar a humanidade¡±. Vendo a REPAM como um fruto da Conferência de Aparecida, o bispo auxiliar de Brasília a define como uma expressão do trabalho em conjunto de diversos organismos da Igreja na América Latina ¡°para que todos juntos pudessem ir ao encontro desses povos pan-amazônicos e ao mesmo tempo trazê-los como protagonistas e testemunhas do cuidado da casa comum¡±. Resumindo, ele disse que ¡°pela REPAM todos nós nos sentimos responsáveis de salvaguardar esse patrimônio dos povos da Amazônia neste espírito da ecologia integral que nos pede o Papa Francisco na Laudato si´¡±.
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