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Crist?os paquistaneses preparam-se para a celebra??o do Natal em Lahore. Crist?os paquistaneses preparam-se para a celebra??o do Natal em Lahore.  (ANSA)

No Paquist?o, crist?o ¨¦ declarado inocente ap¨®s acusa??o de blasf¨ºmia

O novo governo do Paquist?o, ap¨®s as recentes elei??es ¡°dever¨¢ fazer reformas legislativas, para prevenir novas injusti?as e proteger os direitos de todos os cidad?os¡±. De acordo com o C¨®digo Penal do Paquist?o, o crime de blasf¨ºmia ¨¦ pun¨ªvel com a pena de morte ou a pris?o perp¨¦tua, conforme os tr¨ºs artigos da "Lei de Blasf¨ºmia", que reprimem, de modo particular, os ultrajes contra o Islamismo.

As tensões sociais e religiosas ocorridas na região de Faisalabad, no Punjab paquistanês, diminuíram depois que Younis Masih, cristão acusado de blasfêmia, ser declarado inocente, isentado das acusações e libertado pela polícia.

Nos últimos dias, Masih havia sido preso sob a acusação de blasfêmia, resultante de uma queixa apresentada por uma mulher, Susan Fátima, que o acusava de ter entrado em sua casa, a agredida e desrespeitado o Alcorão. A família de Fátima converteu-se ao islamismo há cerca de um ano e meio.

Depois da acusação e da denúncia, Masih apresentou-se voluntariamente à polícia para esclarecer o ocorrido. Os cristãos locais, solidários com Masih, confirmaram a sua inocência definindo que as ¡°acusações eram inventadas¡±. Após a conversa com os investigadores, houve uma reviravolta no caso: Susan Fátima acabou sendo presa, para serem feitas ulteriores investigações sobre os fatos. O acontecimento tornou-se interessante, enquanto destaca a necessidade de um controle minucioso para determinar a responsabilidade e a verdade, em casos de possíveis acusações de blasfêmia.

Em Faisalabad, a resolução positiva do acontecimento, - segundo o advogado Aneeqa Maria Anthony, que acompanhou o caso por conta da família de Masih, - gerou confiança entre a comunidade cristã, sobretudo, pela atitude das autoridades, em relação à justiça e à proteção dos direitos de todos os indivíduos, independentemente das crenças religiosas. Por sua vez, a ONG ¡°Centro de Assistência Jurídica, Assistência e Liquidação¡± (CLAAS) observa que ¡°o caso de Masih serve para recordar a importância de processos judiciais, justos e imparciais, diante do perigo de falsas acusações¡±.

Segundo o pastor local, Shakoor Alam, que mora em Jaranwala, por trás do acontecido poderia haver uma disputa por terras e a acusação de blasfêmia seria um estratagema e uma instrumentalização da lei em vigor. Por isso, afirmou: ¡°A polícia tem o dever de descobrir a verdade e bloquear leis impróprias sobre blasfêmia em disputas pessoais¡±.

Segundo Nasir Saeed, diretor da ONG ¡°CLAAS¡±, ¡°o caso de Younis Masih pode esclarecer os abusos das leis de blasfêmia no Paquistão¡±. Saeed também elogiou a polícia pelo seu discernimento na investigação do fato, que levou à libertação de Masih e à prisão de Fátima, por suas falsas acusações. Este, porém, não é um caso isolado. Se casos como este não forem investigados, poderiam ter consequências trágicas: algumas pessoas inocentes poderiam ficar detidas na prisão por muitos anos ou até morrer".

Os cristãos da localidade ¨C disse ainda Saeed - recordaram o ¡°ataque coletivo¡±, ocorrido em Jaranwala, na região de Faisalabad, em agosto do ano passado, por causa de uma dinâmica semelhante: a acusação de suposta blasfêmia contra dois cristãos, que, por sua vez, negaram qualquer irregularidade e denunciaram a ¡°falsa acusação¡±. O novo governo do Paquistão, após as recentes eleições ¨C conclui Saeed -¡°deverá fazer reformas legislativas, para prevenir novas injustiças e proteger os direitos de todos os cidadãos¡±.

De acordo com o Código Penal do Paquistão, o crime de blasfêmia é punível com a pena de morte ou a prisão perpétua, conforme os três artigos da "Lei de Blasfêmia", que reprimem, de modo particular, os ultrajes contra o Islamismo.

*Agência Fides

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18 fevereiro 2024, 07:56