´¡³Ü²õ³Ù°ù¨¢±ô¾±²¹, bispo Saunders acusado de abusos ¨¦ preso e liberado sob fian?a
Salvatore Cernuzio ¨C Pope
Após uma investigação coordenada entre a Igreja e a polícia local, o bispo Christopher Saunders, 74 anos, pastor emérito da diocese de Broome, foi preso na Austrália sob a acusação de violência e outros crimes sexuais contra jovens, principalmente indígenas. A prisão ocorreu nesta quarta-feira, 21 de fevereiro, na casa do bispo em Broome, na região de Outback, noroeste da Austrália. O prelado foi liberado mais tarde após comparecer ao Tribunal, pagando uma fiança de cerca de 10 mil dólares australianos (cerca de 6 mil euros). Foi-lhe ordenado que residisse em sua casa até a próxima audiência marcada para junho.
Várias acusações
Contra Saunders há 19 acusações de violência, agressão e abuso contra jovens adultos e, em um caso, contra um menor entre 16 e 18 anos de idade. Os crimes teriam ocorrido na cidade de Kununurra e na comunidade aborígine de Kalumburu entre 2008 e 2014. O bispo Saunders reafirmou sua inocência de todas as acusações.
Declaração do presidente da Conferência Episcopal Australiana
Em uma declaração divulgada nesta quinta-feira nos canais oficiais, o presidente da Conferência Episcopal Australiana, dom Timothy Costelloe, arcebispo de Perth, comentou sobre as notícias divulgadas pelos jornais locais: "as alegações contra o ex-bispo de Broome, Christopher Saunders, são muito sérias e profundamente dolorosas, especialmente para aqueles que as fazem. É correto e adequado, e de fato necessário, que todas essas alegações sejam investigadas minuciosamente". "A Igreja", garantiu Costelloe, "continuará a cooperar totalmente com a polícia e tomará todas as medidas necessárias para evitar qualquer ação que possa comprometer a integridade e a autonomia da investigação policial".
Primeiras acusações em 2020
Ordenado sacerdote em 1976, dom Saunders passou a maior parte de sua vida na região de Kimberley, no noroeste do país. Em 1996, ele foi nomeado bispo de Broome, uma diocese que abrange cerca de 770 mil quilômetros quadrados e inclui algumas das partes mais remotas da Austrália, com uma população de cerca de 50 mil habitantes. As primeiras acusações contra ele surgiram em 2020, inclusive de ex-colaboradores que também contestaram a gestão financeira do bispo e relataram que ele costumava pagar às supostas vítimas roupas, viagens, hotéis, cigarros e bebidas alcoólicas. O assunto já havia sido investigado pela polícia da Austrália Ocidental em 2018 (e novamente em 2020), mas a investigação foi encerrada por falta de provas suficientes.
O caso confiado à Doutrina da Fé
O caso, portanto, passou para a Santa Sé, por meio do Dicastério para a Doutrina da Fé, ao qual as autoridades eclesiásticas da Austrália entregaram um relatório de 200 páginas em setembro de 2023. Alguns dos conteúdos do Relatório de Investigação foram mostrados pela mídia australiana em reportagens de televisão e se referiam ao suposto abuso de quatro jovens aborígenes por parte do bispo e ao suposto aliciamento e molestamento de 67 jovens não identificados.
Julgamento de acordo com o Vos Estis Lux Mundi
Em uma nota em setembro, novamente dom Costelloe explicou que a investigação da Igreja foi encomendada pela Santa Sé e supervisionada pelo arcebispo de Brisbane, Mark Coleridge, então presidente da Conferência Episcopal, com o objetivo de "supervisionar o processo de acordo com as normas do Vos Estis Lux Mundi", motu proprio do Papa Francisco de 2016 (confirmado e ampliado em 2023), "garantindo integridade e independência das autoridades da igreja local na Austrália Ocidental".
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