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A Causa de Beatificação teve início em Nápoles em 1971 e foi concluída em Roma em 24 de abril de 2001, com o decreto papal sobre o milagre atribuído ao Servo de Deus. A Causa de Beatificação teve início em Nápoles em 1971 e foi concluída em Roma em 24 de abril de 2001, com o decreto papal sobre o milagre atribuído ao Servo de Deus. 

Missionário fervoroso, Beato Paolo Manna lançou as sementes do Evangelho na ex-Birmânia

P. Manna teve uma grande atividade como escritor e publicista com opúsculos e livros, que deixaram uma marca duradoura. Mas acima de tudo, permanece seu exemplo de uma vida inteiramente animada por uma grande paixão missionária, que nenhuma provação ou doença pode tirar. Foi justamente definido por Tragella, seu primeiro biógrafo, como “Uma alma de fogo”. O seu lema até ao fim foi: “Toda a Igreja para o mundo inteiro!”.

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No dia 16 de janeiro celebra-se o 149º aniversário do nascimento do , fundador em 1916 da União Missionária do Clero - mais tarde Pontifícia União Missionária (PUM) -, e superior geral do PIME em 1924.

O Beato padre Paolo Manna nasceu em Avellino no dia 16 de janeiro de 1872. Depois dos estudos elementares e técnicos em Avellino e Nápoles, continuou os estudos em Roma. Enquanto frequentava a Universidade Gregoriana de Filosofia, seguindo o chamado do Senhor, em setembro de 1891 ingressou no Seminário do Instituto de Missões Estrangeiras de Milão para os cursos teológicos. Em 19 de maio de 1894 recebeu a ordenação sacerdotal na Catedral de Milão.

Sementes do Evangelho na Birmânia (atual Mianmar)

 

“O processo do Beato Paolo Manna é o de uma conversão contínua, quer cristã como missionária. Este caminho não foi privado de sofrimentos, provações, crises, mas quem confia e se entrega ao Senhor sairá sempre mais forte, mais renovado no Espírito, mais “convertido” a Deus”, explica o secretário geral da PUM, padre Dinh Anh Nhue Nguyen, OFM Conv.

Aos 22 anos, padre Paolo Manna, recentemente ordenado sacerdote, foi para a então Birmânia (hoje Mianmar), onde lançou “as sementes” do Evangelho entre a tribo Ghekkú, mas adoece e ve-se obrigado a retornar à Itália. Em 12 anos de atividade missionária regressou três vezes à Itália por graves motivos de saúde. A última vez que esteve na Birmânia foi em 1907. 

“Em 1907, o padre Manna definia-se como “um missionário fracassado”, conta padre Dinh. Aos 35 anos, de fato, regressou da Birmânia para Itália pela terceira vez, por graves motivos de saúde (sofria de tuberculose). Havia sonhado com uma missão entre os não-cristãos e essa o rejeitou. É um dos momentos cruciais da sua vida: no instituto missionário já não havia lugar para ele (naquela época os idosos e os doentes regressavam às dioceses onde eram incardinados), como se lê no texto do padre Piero Gheddo “Um contemplativo em ação”, lançado pela PUM.

No verão de 1908 - continua o o secretário geral da PUM -, "padre Paolo foi a Lourdes, e à Virgem, de quem era muito devoto, não pediu cura física nem mesmo para ver com clareza o seu futuro, mas pede para estar enamorado de Jesus e de Maria, pela santidade e para ser puro, pela salvação eterna para si e para todos os seus entes queridos. Quanto ao seu futuro de “missionário fracassado”, abandona-se à Providência divina".

"Padre Manna - observa o franciscano conventual - não pode ser compreendido se não partirmos da sua fé absoluta e indissolúvel, alimentada por uma oração profunda: a qualidade fundamental da sua vida foi a santidade, que o tornou sereno e alegre nas muitas provações e sofrimentos por que passou”.

Precisamente a conversão de Paolo Manna e a de São Paulo estará no centro de outro momento de oração organizado pela PUM na terça-feira, 23 de janeiro, com a missa e o sermão missionário aos sacerdotes do Colégio São Paulo.

"Maior ecumenista do século”, segundo Paulo VI

 

Em 1941, padre Manna escreveu o livro “Os Irmãos Separados e Nós – Considerações e Testemunhos sobre a re-união dos Cristãos”, livro único no gênero, que apresentava o problema da unidade da Igreja em toda a sua urgência para uma ação missionária eficaz... 

Assim conta padre Ciro Biondi, confrade do Beato: "Ele tinha muito a peito a unidade dos cristãos: é o primeiro italiano a escrever um livro sobre a unidade dos cristãos, “Os irmãos separados e nós”, um desafio assumido pelo Papa Francisco e que se torna cada vez mais rico de encontros e gestos significativos.

Naqueles anos ninguém falava sobre isso, motivo pelo qual Paulo VI definiu-o como “o maior ecumenista do século”. Para ele, a unidade cristã é a conditio sine qua non da evangelização. Sem ela não se pode planejar absolutamente coisa alguma, nem é credível anunciar o Evangelho.

Ele acrescenta que o maior obstáculo à evangelização do mundo é precisamente a divisão entre os cristãos. O texto escrito pelo padre Manna foi considerado um “manual de Ecumenismo” para os sacerdotes inscritos na União Missionária, e logo obteve ampla aprovação, não apenas entre os estudiosos católicos. Nele recomenda o estudo nos seminários e acrescenta que “para entender-se é preciso ver-se”, ou seja, são necessários contatos entre os cristãos divididos, promover conferências, diálogos, visitas, para criar uma base de conhecimento e de confiança. Mas tudo é inútil, acrescenta Manna, "se não for removido o obstáculo do pecado, que está na origem da grave situação e é também a causa de seu perpetuar-se. É preciso que os cristãos divididos voltem a si mesmos, humilhem-se no reconhecimento de seus erros, façam uma adesão de forma mais estreita a Deus e implorem a Sua ajuda com orações fervorosas. A reconstrução do cristianismo unido na sua unidade original é um fato absolutamente espiritual e só pode ser realizada pelos caminhos do Espírito”.

*Com informações das Pontifícias Obras Missionárias e da Agência Fides

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15 janeiro 2024, 08:43