Franciscanos capuchinhos e indígenas alertam para situação precária no Alto Solimões
Rosa Martins – Pope
A comunidade indígena de Belém do Solimões, (Terra Indígena Eware I e II), Município de Tabatinga-AM-Brasil, denuncia o não atendimento às necessidades básicas da comunidade referentes à saúde, à educação e ao bem-estar social.
A nota foi enviada nesta quinta-feira pelos franciscanos capuchinhos e comunidade indígena ao Ministério Publico Federal de Tabatinga- AM (MPF) e ao Ministério dos Povos Indígenas Secretaria Especial de Saúde Indígena (MPI) e a outros órgãos afins.
No texto lê-se: “reivindicamos soluções aos nossos apelos e angústias diante das falhas, seja por parte do governo municipal, estadual ou federal mediante os respectivos ministérios e secretarias competentes para os ofícios devidos”.
De acordo com a denúncia, o Distrito tem uma população de 7.274 indígenas pertencentes às etnias Ticuna e Kokama. São cerca de 1.150 famílias, a maior comunidade indígena do Brasil.
Entretanto, as condições de vida dessa comunidade são precárias, o que dificulta a qualidade de vida do povo. Um dos problemas apresentados são as pontes. As mesmas são de madeira, e além de não garantirem a segurança dos que delas precisam, são uma ameaça à floresta. “Não queremos mais pontes de madeira, chega de destruir nossas florestas, queremos sim pontes de concreto e com iluminação e corrimão” afirma a nota.
Ainda, segundo o documento, as estradas estão em péssimas condições. Não há água potável e faltam caixas d’água nas casas; não há saneamento básico. Escolas em construção foram abandonadas há 10, 13 anos. A escola Municipal Indígena Eware Mowatcha tem estruturas de ar condicionado, mas não tem energia adequada para fazê-las funcionar. No que se refere à saúde, não há remédios, faltam médicos, instrumentos hospitalares, como tomografia, raio x, ambulâncias.
“O nosso papel como Igreja é dar voz a quem não é escutado e é preciso que o mundo veja em que estado de abandono está o povo”, disse em entrevista ao Pope, o frei Paolo Maria Braghini, OFMCap, há 17 anos na paroquia de Belém Solimões, no Amazonas.
Fotos: Esmael Santiago dos Santos - etnia ticuna
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