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O cardeal da Amazônia estará à frente do Cimi pelos próximos 4 anos O cardeal da Amazônia estará à frente do Cimi pelos próximos 4 anos 

Dom Leonardo, novo presidente do Cimi, recorda Casaldáliga: juntos pela proteção dos indígenas

O cardeal Leonardo Steiner estará à frente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) pelos próximos 4 anos, mas recorda ao Pope que trabalhou junto à instituição desde que era bispo de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, junto com dom Pedro Casaldáliga (1928-2020) - quem ajudou a criar o Cimi. "Que possamos ser presença misericordiosa junto às comunidades indígenas", disse o cardeal da Amazônia.
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Andressa Collet - Pope

Enquanto a Academia Brasileira de Letras () elege como novo imortal o indígena e ativista ambiental Ailton Krenak, o Conselho Indigenista Missionário () também divulga a nova diretoria do organismo ligado à CNBB com o cardeal Leonardo Ulrich Steiner na missão de presidente pelos próximos quatro anos.

Krenak é o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na ABL, crítico questionador do homem que se afasta da natureza e o primeiro a denunciar os abusos sofridos pelos povos indígenas. Dom Leonardo, franciscano missionário do sul do Brasil, começou a trabalhar com o Cimi quando foi bispo de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, junto com dom Pedro Casaldáliga (1928-2020) e em defesa da pessoa humana, chegando a encaminhar diversas questões relativas aos povos indígenas, como os xavantes e tapirapé:

"Fundado há mais de 50 anos, o Cimi tem prestado um grandíssimo serviço os povos indígenas, tem ouvido as suas causas, tem sido uma presença ativa através dos missionários e missionárias em muitas aldeias, tem conseguido reunir diversas comunidades indígenas, ouví-las e ajudar a encaminhar as questões que dizem respeito à cultura, aos direitos, à questão da terra, a questão do marco temporal. O Cimi não presta só um grande serviço aos povos indígenas: presta um grande testemunho de como viver o Evangelho, de como evangelizar os nossos povos através de uma presença de esperança, uma presença de consolo, uma presença de misericórdia."

A eleição do novo presidente

O arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB  foi eleito presidente do Cimi na do organismo que aconteceu de 27 a 30 de setembro. Os delegados também elegeram a nova vice-presidente, Alcilene Bezerra da Silva, missionária do Regional Nordeste, e o novo secretário executivo, Luis Ventura Fernández, que atuou nos últimos dois anos como secretário adjunto.

Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho (RO) e agora ex-presidente do Cimi, ao relembrar os 8 anos à frente da instituição através de "um serviço de amor aos pobres e à terra", agradeceu todos os missionários, funcionários e colaboradores dos regionais, manifestando apoio à nova diretoria. Por sua vez, o novo presidente do Cimi, que se encontra em Roma para o Sínodo dos Bispos neste mês de outubro, falou da importância de evangelizar os povos através de uma presença misericordiosa e com esperança:

"Vamos procurar continuar a acompanhar os nossos povos indígenas assim, como foi feito pelos diversos presidentes nesses 50 anos. Deus nos ajude a continuarmos a servir, Deus nos ajude a continuarmos a perceber onde estão as maiores dificuldades para podermos apoiar. Hoje, graças a Deus, os povos indígenas estão bastante organizados e nós queremos também ajudar essas organizações a serem cada vez mais uma voz, para que a voz dos povos indígenas possa ser ouvida na sociedade brasileira. Deus nos abençoe e que nós possamos - junto com os missionários e missionárias - ser essa presença bem faceja, misericordiosa e esperançada junto às comunidades indígenas."

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06 outubro 2023, 12:54