Sarau e Missa marcam 24 anos da partida de dom Helder Camara para a Casa do Pai
Pope
A Igreja no Brasil, em especial a CNBB Nordeste 2, celebrou no domingo (27), com oração, música e poesia, a memória do Servo de Deus e um dos fundadores da Conferência, dom Helder Camara, por ocasião dos 24 anos de sua morte. Na Igreja das Fronteiras, no Recife (PE), onde morou a partir de 1964 quando foi nomeado sexto arcebispo de Olinda e Recife, um sarau e a Santa Missa reuniram clérigos, religiosas, religiosos, leigas e leigos saudosos do ¡°Dom da Paz¡±.
O momento cultural foi marcado pela apresentação do grupo de música da Casa de Frei Francisco, formado por adolescentes assistidos pela instituição, com o acompanhamento do professor Vitor Castanheira. Em seguida, representando o Instituto Dom Helder Camara (IDHeC), a premiada escritora Cida Pedrosa interpretou poesias de autoria do ex-arcebispo e Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos.
A em sufrágio da alma de dom Helder foi presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife e segundo vice-presidente da CNBB, dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa. Servindo-se das leituras do XXI Domingo do Tempo Comum, o prelado destacou os ensinamentos do seu antecessor para toda a Igreja hoje.
Isaías e os outros profetas do século VIII antes de Cristo, segundo dom Paulo Jackson, também tinham como preocupação o bem-estar social, como mostrou a primeira leitura (Is 22,19-23). Essa marca da missão dos homens eleitos para anunciar o Reino de Deus está muito presente no ministério do Papa Francisco, sobretudo, em sua encíclica Fratelli tutti, assim como foi um sinal visível na vida de dom Helder.
¡°Na Fratelli tutti, ele pensa a amizade social e a fraternidade universal, que na verdade é o grande sonho de dom Helder Camara, o Papa resgata essa ideia fundamental propondo a melhor política, novo plano educacional, nova economia e uma ecologia integral. Olhando para essa intervenção do profeta Isaías nós compreendemos a nossa missão¡±, disse.
Dom Paulo Jackson prosseguiu com sua homilia chamando a atenção para o texto evangélico (Mt 16,13-20) sobre o ¡°primado de Pedro¡±, onde o relato mostra que Jesus faz questão de salientar que seu apóstolo é ¡°Simão, filho de Jonas¡±. De acordo com o arcebispo, ¡°Jesus leva a reflexão para o nível da pessoa que precisa fazer uma experiência de Deus. Pedro é o ministério, mas não existe Pedro sem Simão¡±.
¡°Nós estamos habituados às funções, aos cargos e reconhecimentos públicos. Se nós quisermos ter um pouco de fidelidade ao legado de dom Helder, é muito importante retomarmos ¡®Simão, filho de Jonas¡¯. Dom Helder todos os dias se colocava desnudo diante de Deus para refazer-se enquanto Helder, o homem, que compreende sua missão não só como apóstolo dessa arquidiocese, mas apóstolo do mundo, por que entendeu quem é Helder, filho de Deus¡±, explicou dom Paulo Jackson.
Por fim, o arcebispo tratou da ¡°riqueza espiritual e da grandeza desse homem pequenino¡±. Dom Paulo Jackson lembrou que dom Helder diariamente fazia vigília, colocando-se diante de Deus em oração toda madrugada e celebrando a Missa, às 6h.
¡°Vigília e Eucaristia. Aqui está, verdadeiramente, o centro da vida de dom Helder que vencia a sua fragmentação para ser todo de Deus, todo do povo e sonhar o sonho de Deus para a humanidade. Então se quisermos sonhar, o mesmo sonho de dom Helder Camara, somente se nós nos pusermos de joelhos. Voltemos a estar de joelhos diante do mistério de Jesus na Eucaristia e em quaisquer circunstâncias¡±, declarou dom Paulo Jackson.
(Fonte ¨C CNBB NE2)
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