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Girassol em meio a planta??o de trigo nas proximidades do povoado de Zhovtneve, Ucr?nia. Foto de 2016. (Reuters/Valentyn Ogirenko) Girassol em meio a planta??o de trigo nas proximidades do povoado de Zhovtneve, Ucr?nia. Foto de 2016. (Reuters/Valentyn Ogirenko) 

Bartolomeu I: na Ucr?nia a popula??o e o ecossistema sofrem perdas incalcul¨¢veis

O Patriarca Ecum¨ºnico de Constantinopla divulga a sua mensagem para o Dia de Ora??o pelo Cuidado da Cria??o, que se celebra no dia 1 de setembro. Ele insiste na interliga??o entre os danos ambientais e a falta de respeito pelos direitos humanos, sublinhando que a invas?o da Ucr?nia pela R¨²ssia est¨¢ associada a uma ¡°horr¨ªvel devasta??o ecol¨®gica¡±. O seu apelo: a guerra deve cessar imediatamente e um di¨¢logo sincero deve come?ar

Antonella Palermo - Cidade do Vaticano

¡°Todo ato de guerra é também uma guerra contra a criação, pois representa uma grave ameaça ao ambiente natural¡±. É o que sublinha o Patriarca Ecumênico de Constantinopla Bartolomeu I na mensagem para o Dia de Oração pelo Cuidado da Criação - celebrado em 1° de setembro - e para o início do ano eclesiástico. Numa perspectiva ecumênica, como é tradição, este ano o seu trabalho de sensibilização toca inevitavelmente na estreita ligação entre a dimensão estritamente ambiental e aquela inerente aos direitos humanos espezinhados pelos conflitos.

A guerra na Ucrânia é uma terrível devastação ecológica

 

A referência explícita de Bartolomeu é à ¡°invasão da Ucrânia pela Rússia, que está associada a uma terrível devastação ecológica¡±. O patriarca especifica que ¡°a poluição da atmosfera, da água e da terra causada pelos bombardeamentos, o risco de um holocausto nuclear, a emissão de radiações perigosas das centrais nucleares que produzem electricidade, as poeiras cancerígenas produzidas pela destruição dos prédios, a destruição de florestas e o esgotamento das propriedades agrícolas aráveis ??- tudo isto testemunha que o povo e o ecossistema da Ucrânia sofreram e continuam a sofrer perdas incalculáveis". E repete com força: ¡°A guerra deve parar imediatamente e um diálogo sincero deve começar¡±.

A quarta geração de direitos, os ambientais

 

Bartolomeu recorda que hoje se dá cada vez mais ênfase ao que se define como a expansão ecológica dos direitos humanos. Neste sentido, retoma o conceito de ¡°quarta geração¡± de direitos, juntamente com os direitos individuais e políticos, sociais, culturais e de solidariedade. ¡°A luta pelos direitos humanos não pode ignorar o fato destes direitos estarem ameaçados pelas alterações climáticas, pela falta de água potável, de solos férteis e de ar puro, mas também pela degradação ambiental em geral¡±. Daí a recomendação de que as consequências da crise ecológica devem ser abordadas sobretudo em termos de direitos humanos. ¡°É evidente que estes direitos ¨C declara ¨C em todos os seus aspectos e dimensões, constituem uma unidade indivisa e que a sua protecção é inseparável¡±.

João de Pérgamo: na Divina Liturgia a unidade entre o homem e a criação

 

Enquanto o patriarca saúda as repercussões das iniciativas ecológicas do Patriarcado Ecumênico não só entre os cristãos, mas também entre aqueles que professam outras religiões, nas sedes parlamentares e entre os políticos, no campo da sociedade civil, da ciência, dos movimentos ecológicos e juvenis, volta a enfatizar que ¡°a destruição do ambiente natural afeta sobretudo os pobres¡±.

Diante de todos estes desafios, Bartolomeu especifica que todos os esforços feitos pela Igreja para criar plena consciência nestas áreas ¡°não são simplesmente uma atividade adicional¡±, mas a sua expressão e realização essencial como extensão da Sagrada Eucaristia. E recorda o precioso legado do pioneiro da teologia ecológica, o falecido Metropolita João de Pérgamo, que escreveu:

¡°Na Divina Liturgia, o mundo natural e material, juntamente com todos os sentidos, participam numa unidade inseparável. antítese entre o sujeito e a realidade objetiva, não existe uma posição de conquista da mente humana sobre o mundo circundante. Este mundo não existe contra, não é um objeto do homem, mas é assumido e colocado em comunhão. A Sagrada Comunhão não é apenas a nossa união com Deus e com os outros, mas também a ingestão de alimentos, a aceitação e valorização do ambiente natural, a incorporação e não o simples consumo de matéria¡±.

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31 agosto 2023, 11:45