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Lisboa ¨C Ecclesia
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) reagiu nesta quarta-feira, 17 de maio, à promulgação da lei que legaliza a eutanásia e suicídio assistido, uma decisão que ¡°lamenta profundamente¡±.
¡°Como reafirmamos por diversas vezes ao longo do processo legislativo que agora chegou ao seu termo, com a legalização da eutanásia quebra-se o princípio fundamental da inviolabilidade da vida humana e abrem-se portas perigosas para um alargamento das situações em que se pode pedir a morte assistida¡±, indica uma nota enviada à Agência ECCLESIA.
Os bispos católicos entendem que, com a despenalização da eutanásia, ¡°a vida humana está desprotegida e sofre um grave atentado ao seu valor e dignidade¡±.
¡°A morte passa a ser apresentada como solução para a dor e sofrimento, ao invés de uma promoção dos cuidados paliativos humanizantes até ao fim natural da vida¡±, pode ler-se.
Voltamos a reiterar o apelo para que as famílias e profissionais de saúde, a quem deve ser sempre garantida a objeção de consciência, rejeitem liminarmente as possibilidades abertas pela legalização da eutanásia¡±.
A CEP que a entrada em vigor desta da lei representa ¡°um claro retrocesso civilizacional¡±.
¡°Mantemos a esperança de que possa vir a ser revogada e que a vida humana, que é um dom inestimável, volte a ser valorizada e defendida em todas as suas fases¡±, conclui a nota.
No último sábado, Papa Francisco lamentou, no Vaticano a aprovação da lei da eutanásia, numa intervenção em que evocava as Aparições de Fátima, mostrando-se ¡°muito triste¡± pela promulgação de uma ¡°lei para matar¡±.
¡°Comungamos da tristeza do Papa Francisco manifestada no passado dia 13 de maio, após a confirmação parlamentar do diploma sobre a morte medicamente assistida¡±, indicam os bispos portugueses.
Marcelo Rebelo de Sousa promulgou terça-feira o decreto do Parlamento sobre a morte medicamente assistida, aprovado por maioria dos deputados na última sexta-feira.
¡°A Assembleia da República confirmou no passado dia 12 de maio, por maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções, a nova versão do diploma sobre a morte medicamente assistida, pelo que o Presidente da República promulgou o Decreto n.º 43/XV, da Assembleia da República, tal como está obrigado nos termos do artigo 136.º, n.º 2 da Constituição da República Portuguesa¡±, refere um comunicado divulgado pela Presidência da República.
As iniciativas legislativas sobre a eutanásia foram alvo de dois vetos políticos por Marcelo Rebelo de Sousa e de dois vetos decretados pelo Tribunal Constitucional, por razões de inconstitucionalidade.
Na terça-feira, o Grupo de Trabalho Inter-Religioso | Religiões-Saúde (GTIR) também manifestou a sua oposição à legalização da em Portugal, considerando-a ¡°uma fissura irreparável¡± na proteção da vida humana.
¡°Ao tornar jurídico pela via legislativa o que pertence aos fundamentos éticos da sociedade, o Parlamento, ao arrepio do sentir social maioritário em Portugal, relativiza o que a sociedade deveria ter como indiscutível e destrói pela via da opinião maioritária aquilo que a sociedade tem de mais humano e fundamento da civilização: a vida como valor fundamental¡±, lê-se num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
Fonte: Ecclesia
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