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A cerimônia do lava-pés, instituída por Jesus na Última Ceia, é um rito religioso observado por diversas denominações cristãs, baseado no Evangelho de São João e realizado na Quinta-Feira Santa.
Muitos cristãos deixaram de praticar o lava-pés como parte da Santa Ceia. No entanto, Jesus instituiu este rito recomendando a seus discípulos e toda a Igreja a fazer o mesmo: “Eis que lhes dei o exemplo, para que, como eu fiz, vocês também o façam” (João 13,15).
Antigamente, no tempo de Jesus, as pessoas caminhavam pelas estradas empoeiradas. Por isso, o costume de lavar os pés acontecia sobretudo em vista de uma refeição.

A Santa Ceia é uma cerimônia estabelecida por Jesus, em vista da celebração da Páscoa e, por tradição, era acompanhada pelo lava-pés. Poderíamos comparar este rito como uma espécie de “mini batismo”, com o qual somos purificados dos nossos pecados.
De fato, na Última Ceia Jesus pegou uma toalha e lavou os pés dos discípulos. Ao aproximar-se de Simão Pedro, ele não aceitou, porque não admitia que o Mestre se humilhasse a tal ponto. Mas, Jesus lhe disse: “Se eu não os lavar, você não terá parte comigo”, ou seja, na sua paixão e morte. Então, Pedro respondeu: “Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça”.
Obedientes ao convite de Jesus de “seguir o seu exemplo”, os cristãos primitivos praticavam este rito como sinal de humildade e de conversão, mas também como reconciliação e renovação da fé no sacrifício e ressurreição.

Na antiguidade, a prática do lava-pés fazia parte da hospitalidade: o anfitrião, ao receber um hóspede, providenciava uma vasilha com água para que um servo lhe lavasse os pés. Mas, este gesto tinha ainda muitos outros significados: respeito pela pessoa, cortesia, purificação, unção, como Maria de Betânia o fez ao ungir os pés Jesus em sinal de agradecimento por ter ressuscitado seu irmão Lázaro.
Na Igreja primitiva, o rito de lava-pés era praticado também como sinal de piedade, submissão, humildade, boas-vindas.
Durante a sua vida terrena, Jesus se despojou de todos os sinais de grandeza – desde o seu nascimento na gruta de Belém até à morte ignominiosa na cruz. Ao término da sua existência na terra, deixou este exemplo maravilhoso de humildade, lavando os pés de seus discípulos.

Este exemplo do Mestre tornou-se um convite aos cristãos de todos os tempos: “lavar os pés uns dos outros”, um gesto simples, que pode ser colocado em prática, hoje, em qualquer situação ou contexto social e cultural.
Assim, os cristãos imitam Jesus ao acolher e servir os irmãos, para que se tornem anunciadores do reino de Amor e Paz, mediante seus gestos e palavras de esperança e amizade. Nosso testemunho cristão torna-se ainda mais eficaz quando dirigimos a atenção aos pobres, necessitados e excluídos da sociedade, em espírito de gratuidade, humildade e solidariedade.