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Beata Lindalva - Foto, Sara Gomes / Arquidiocese de Salvador Beata Lindalva - Foto, Sara Gomes / Arquidiocese de Salvador 

Lindalva, m¨¢rtir baiana

Os 30 anos do seu mart¨ªrio ocorreu no Domingo de P¨¢scoa deste ano. A palma por ela recebida no domingo de Ramos transformou-se na palma do mart¨ªrio, na sexta-feira santa e na palma da vit¨®ria de Cristo, na P¨¢scoa de 1993.

Cardeal Dom Sergio da Rocha - Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil

A história rica e bela da Bahia está marcada por santos e heróis, muitas vezes, pouco conhecidos. Lindalva Justo de Oliveira faz parte da história de Salvador, integrando a Bahia de tantos santos. A Irmã religiosa, Filha da Caridade, nascida no Rio Grande do Norte, em Assu, no dia 20 de outubro de 1953, morreu como mártir em Salvador, no Abrigo D. Pedro II, em 09 de abril de 1993, onde servia os idosos em situação de pobreza e vulnerabilidade, desde 1991. A menina que viveu sua infância na zona rural do Rio Grande do Norte, passando depois por Natal, onde foi estudar, e por Recife, onde fez sua formação religiosa na Congregação das Filhas da Caridade, foi beatificada como mártir pela Igreja Católica, no dia 02 de dezembro de 2007, tendo a sua memória litúrgica estabelecida para 07 de janeiro, dia do seu batismo. A partir de sua beatificação, a Irmã que servia os pobres, com simplicidade, dedicação e fidelidade, passou a ser chamada de ¡°Bem-aventurada¡± ou ¡°Beata¡±, que significa ¡°feliz¡± e o seu culto público passou a ser autorizado. É bem-aventurado, é feliz, quem pode viver e morrer com Cristo e como Cristo.

Os 30 anos do seu martírio ocorreu no Domingo de Páscoa deste ano. A palma por ela recebida no domingo de Ramos transformou-se na palma do martírio, na sexta-feira santa e na palma da vitória de Cristo, na Páscoa de 1993. Em 09 de abril daquele ano, uma sexta-feira santa, ela participou da via-sacra na paróquia de N. Sra. da Boa Viagem e, ao retornar, sofreu o martírio, enquanto servia o café da manhã aos idosos, A mesa onde Ir. Lindalva servia o alimento aos pobres tornou-se o altar do sacrifício de sua vida imolada no serviço da caridade. Ela participou da paixão e morte de Jesus de modo singular, doando a sua vida e sofrendo a paixão e morte no dia em que Jesus morreu na cruz. Ela participou da paixão de Cristo, assemelhando-se a ele, doando a sua vida para que os seus irmãos mais pobres e sofredores tivessem a vida.

Ir. Lindalva viveu e morreu testemunhando o amor ao próximo, especialmente ao próximo mais sofredor. Ela foi irmã, Filha da Caridade, pela sua pertença à Congregação religiosa da qual teve a graça de fazer parte. Ela foi reconhecida como irmã, como filha da Caridade, pela vivência do amor fraterno no serviço aos pobres.

Assim como Jesus, a Ir. Lindalva morreu vítima de morte violenta. Mesmo sofrendo ameaças, por assédio, ela não desistiu de sua missão de amar e servir os pobres. Vivemos num tempo marcado por tantas situações de violência e morte, que necessitam ser superadas, vitimando inúmeras mulheres. Não podemos jamais desistir de trilhar o caminho do amor, da justiça e da paz, imitando a B. Lindalva.

Os seus restos mortais repousam na Capela das Relíquias da Beata Lindalva, em Salvador, mas o seu testemunho continua vivo na Igreja e a sua memória no coração de tantos devotos.

*Artigo publicado no jornal Correio, em 24 de abril de 2023.

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27 abril 2023, 10:13