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Semana Santa Semana Santa 

Os sete dias que marcaram o destino da humanidade

A Semana Santa nos faz reviver, hoje, o mistério da paixão, morte e ressurreição do homem Deus que assume plenamente nosso drama, nossas dores, e nossas traições.

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo Diocesano de Campos (RJ)

Iniciamos a semana maior, a semana autêntica, como a chamam em Milão, a semana da misericórdia e da clemência divina, onde todos, e até o mais renuente e cético, encontram perdão e reconciliação e, por fim, a palavra mais conhecida ou corriqueira que, por isso, tem o risco de não despertar e abrasar mais o nosso coração: a semana santa.

A qualificação de santa, não é um mero adjetivo ou rótulo, pois expressa a grande verdade sobre Deus, a vida, e da própria humanidade, pois nela brilha o amor divino, infinito e incondicional, determinado a morrer na Cruz por cada um de nós. Porém, o costume e as rotinas, por vezes, exageradamente devocionistas, nos instalam no formalismo religioso que parece ficar apenas no passado, apresentando um triller com cenas do Bom Jesus que se sacrifica por nossos pecados.

No entanto, a semana santa nos faz reviver, hoje, o mistério da paixão, morte e ressurreição do homem Deus que assume plenamente nosso drama, nossas dores, e nossas traições. A semana santa não pode ficar relegada ao turismo, a um feriado para distração ou para desligar-se da realidade, pois trata-se da fonte, do manancial, e da escola raiz do cristão, do berço e nascedouro da nossa fé.

Sim, é no hoje da nossa vida banal, por vezes superficial e individualista, que Jesus vem nos encontrar entrando com a suavidade e ternura do príncipe da paz e do Salvador misericordioso que restaura e cura todas nossas feridas tornando nossa casa, família e cidade, a Jerusalém celestial. Nos introduz no Tríduo Pascal, o coração da semana, preparando a Ceia para nós, lavando nossos pés, e ensinando-nos a amar e servir. Se entrega para ser preso e sofrer uma paixão terrível, e tenebrosa, para morrer totalmente abandonado nas mãos do Pai para salvar-nos e reconciliar-nos plenamente. Desce a mansão dos mortos para resgatar os justos e, na calada da noite da Vigília da Grandiosa Noite das Noites, ressuscita abrindo-nos o caminho da felicidade e da vida eterna iluminando claramente todas as esperanças e sonhos da humanidade.

No domingo, com Maria Magdalena e as Santas Mulheres, somos convidados a afirmar com fé: Não está mais aqui no túmulo, RESSUSCITOU! Feliz Páscoa, assumindo com o Cordeiro Pascal vitorioso, a missão de anunciar seu Reino de paz, amor, justiça e graça para todas as pessoas e criaturas da Terra. Deus seja louvado!

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31 março 2023, 17:22