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Um menino sírio agachado perto de um fogão improvisado no campo Sahlah al-Banat para deslocados no interior de Raqa, no norte da í, em 7 de novembro de 2022. (Foto de Delil SOULEIMAN / AFP) Um menino sírio agachado perto de um fogão improvisado no campo Sahlah al-Banat para deslocados no interior de Raqa, no norte da í, em 7 de novembro de 2022. (Foto de Delil SOULEIMAN / AFP) 

Sírios não têm condições de pagar por cirurgias ou remédios, diz bispo de Aleppo

Durante sua recente visita à sede da fundação internacional Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) na Alemanha, Dom Georges Masri, arcebispo greco-melquita de Aleppo, falou sobre a situação de saúde da população e o cuidado pastoral da Igreja nesta grave crise.
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Apesar da diminuição das operações militares na Síria, o país continua passando por uma grave crise econômica e inflação elevada resultante de sanções, isolamento internacional, destruição de infraestrutura, falta de fundos governamentais, colapso financeiro do Líbano e corrupção. Essa crise, por sua vez, afetou o sistema de saúde com graves consequências para a saúde da população.

“A situação afeta especialmente os idosos, devido ao aumento do preço dos medicamentos. Muitos deles precisam tomar vários medicamentos diariamente para diferentes doenças”, explica Dom Georges Masri, arcebispo greco-melquita de Aleppo.

O prelado descreve a situação do sistema de saúde como dramática, especialmente porque a população foi afetada primeiro pela pandemia de Covid-19 e atualmente por surtos de casos de cólera em 13 das 14 províncias da Síria. As autoridades de saúde sírias afirmam que a origem dessa infecção estaria relacionada ao consumo de água imprópria e ao uso de água contaminada.

Mas, segundo Dom Georges, não só as epidemias afetam o país, mas a situação geral de saúde da população é muito grave e o atendimento médico é uma das principais preocupações das famílias cristãs que permanecem na Síria. Mais e mais pessoas estão morrendo devido à falta de medicamentos, ao alto e inacessível custo das operações, à destruição de hospitais e clínicas, à emigração de médicos sírios qualificados e ao fechamento de algumas fábricas estatais de medicamentos.

“Outro problema grave neste momento – diz o arcebispo greco-melquita – é o da migração de médicos para outros países. Necessitamos que os jovens que estudam medicina fiquem no país.”

Muitas famílias optam por não comprar medicamentos nem se submeter a qualquer operação, por acharem que não conseguirão pagar os empréstimos. Diante desta situação, a Igreja não fica de braços cruzados. Embora não possa suprir a falta de médicos, fortaleceu a pastoral dos enfermos.

Para aliviar esta grande necessidade, a Ajuda à Igreja que Sofre (ACN, sigla em inglês)  apoiou a construção de uma farmácia em Aleppo para ajudar a distribuir medicamentos à população. É uma farmácia fundada pela Igreja Católica aberta ao público em geral.

Outro projeto com o qual a ACN está apoiando o trabalho de Dom Masri tem como objetivo atender os idosos. Atividades e acampamentos para jovens são comumente organizados em muitos países, mas neste caso, e graças à colaboração de um grupo de leigos da diocese, idosos com poucos recursos financeiros puderam sair da cidade por alguns dias para ter algum tempo para recreação seguindo todo o programa dos Escoteiros.

A cerca de seis horas de Aleppo, os participantes vão passear, brincar, dançar... Tudo isso contribuiu muito para melhorar sua saúde física e espiritual. “Isso tem sido incrível para eles. Eles voltam para casa carregados de energia. Um deles disse a um dos padres que os acompanhavam que era a primeira vez em sua vida que ele saía de Aleppo com sua esposa.

“A nossa gratidão aos benfeitores da ACN é profunda. Com a sua ajuda conseguimos apoiar a população em meio a essa crise. Rezemos uns pelos outros”, afirmo o arcebispo greco-melquita.

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10 novembro 2022, 08:35