As consequ¨ºncias na vida das fam¨ªlias atingidas pelas chuvas
O Recife e a região metropolitana, vivenciaram dias de angústia, dor e sofrimento, a partir de 28 maio de 2022. Vídeos e imagens chocantes foram distribuídos nas redes, evidenciando casas de famílias sendo soterradas, barreiras deslizando, comunidades ilhadas, pais tentando resgatar os próprios filhos nos escombros do que restou das suas casas, bairros cobertos pela água e milhares de famílias sendo resgatadas e levadas para abrigos improvisados em escolas, igrejas e associações locais. As fortes chuvas, foi um fenômeno que, apesar de natural, trouxe efeitos de devastação em massa deixando a sensação no povo recifense de uma tragédia anunciada.
Uma retrospectiva das chuvas pelo Brasil
Nos últimos tempos, tivemos situações similares em outras regiões do Brasil, como em Petrópolis - Rio de Janeiro, além das chuvas que trouxeram transtornos semelhantes no sul da Bahia e Minas Gerais, no final de 2021. De acordo com o Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (IPCC), entre os anos de 2010 a 2020, o número de mortes causadas por inundações, tempestades e secas foi quinze vezes maior que o normal.
O que se mostra entre a lama é o desespero de milhares de famílias que tiveram suas vidas alteradas pelas inundações. Segundo dados da Secretaria de Defesa Social do estado de Pernambuco (SDS), foram 129 vítimas fatais dos impactos causados pelas fortes chuvas no fim de maio e começo de junho em Pernambuco; 71 eram mulheres e 58 homens. A maioria das mortes (64) ocorreu no município de Jaboatão dos Guararapes, seguida do Recife, com 50 óbitos. Outras mortes foram registradas, sendo sete em Camaragibe, seis em Olinda, uma em Paulista e uma em Limoeiro.
Os deslizamentos de barreiras e as enxurradas provocadas pelas chuvas continua a ameaçar muitos bairros, e evidenciam que é necessário reflexões ações de melhorias de habitação, saneamento, prevenção e contenção de desastres ambientais e climáticos.
Os principais impactos das chuvas no Recife
Os impactos causados pelas fortes chuvas, especialmente na região metropolitana de Recife, demonstram, que as cidades precisam se adaptar às mudanças climáticas, com o objetivo de conter as consequências devastadoras desses eventos extremos, que serão cada vez mais frequentes. A cidade do Recife é a capital brasileira mais vulnerável ao aquecimento global, e a 16ª cidade do mundo mais ameaçada com as mudanças do clima, de acordo com o IPCC. Além do mais, o painel da ONU indica que, caso não ocorram adequações a essas mudanças, as mortes causadas pelas inundações podem aumentar globalmente em cerca de 130%, em comparação com o período de 1976-2005.
A ação da Cáritas Regional Nordeste 2
Os agentes da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2, com atuação direta nos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, diante do estado de calamidade instaurado na cidade, colaborou de forma imediata dando prioridade às visitas nos bairros atingidos, ouvindo as famílias e vivenciando o cenário assustador de desastre que veio junto à chuva. A equipe Cáritas viu o que a lama provocou, as barreiras deslizando, casas e vidas que foram afetadas.
As mudanças do clima será um fator fundamental para determinar a qualidade de vida e a segurança dos pernambucanos, principalmente dos recifenses. A partir desta informação é preciso preparar as cidades para encarar as mudanças climáticas, para que haja o menor impacto possível na população, principalmente na mais vulnerável, que se encontra em sua grande maioria nas periferias, locais mais atingidos e afetados por essas tragédias.
*Informações de Neilda Pereira
Secretária executiva regional da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2
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