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Coletiva sobre os trabalhos da Conferência Geral da Federação das Conferências Episcopais da Á (FABC) em andamento em Bangkok Coletiva sobre os trabalhos da Conferência Geral da Federação das Conferências Episcopais da Á (FABC) em andamento em Bangkok 

Os Bispos e os desafios emergentes da Á: "Da nossa Igreja também um exemplo de valores"

Três cardeais asiáticos se encontraram com a imprensa para fazer um balanço dos trabalhos da Conferência Geral da Federação das Conferências Episcopais da Á (FABC) em andamento em Bangkok. O foco está nos jovens e nas realidades dos diferentes países. Bispos da República Popular da China também envolvidos, estavam ausentes devido às restrições da Covid

Ir. Bernadette Mary Reis – Bangkok

Uma oração de agradecimento pelo 50º aniversário da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas (FABC) abriu a coletiva de segunda-feira (24/10) para fazer um balanço dos doze dias de reunião de mais de 200 bispos e cardeais asiáticos em Bangkok. O moderador da coletiva com os jornalistas - presentes e online – foi o Bispo Dom Mylo Vergara da diocese de Pasig.

Cardeal Charles Bo: Cristo está presente na Ásia

Os cardeais relatores foram três. O primeiro a falar foi o Cardeal Charles Bo, Arcebispo de Yangon e presidente da FABC, que descreveu a Conferência Geral como uma celebração da presença do Espírito Santo durante os últimos 50 anos. O cardeal disse que durante as sessões da Conferência, foi refletido sobre os muitos e variados sofrimentos do povo do Continente, mas também sobre as grandes graças recebidas. Cardeal Bo comparou os desafios que os bispos da Ásia tiveram que enfrentar nos últimos dias, examinando as realidades emergentes na região, a Moisés, que diante do sarça ardente, perguntava a Deus como poderia realizar o que Deus lhe pedia. A resposta é sempre a mesma: "Eu estou com você". "Mesmo sendo uma minoria, nossa presença é eficaz", disse o cardeal, depois de lembrar que os católicos representam apenas 2% da população da Ásia. Através deles, porém, "o rosto de Jesus continua presente".

Uma mensagem para os povos da Ásia

O Cardeal Oswald Gracias também tomou a palavra, enfatizando que o evento deste dia em Bangkok é o maior encontro de bispos asiáticos até o momento. Antes da conferência, explicou, foram feitas várias consultas regionais para identificar "preocupações, desafios e oportunidades" tanto para a Igreja quanto para a sociedade. Estas se tornaram a base para a formação do encontro, que em sua primeira parte viu os participantes virtualmente visitarem os países membros para compreender situações sociais, econômicas, religiosas ou questões como a mudança climática e as realidades emergentes. Nesta última semana, os bispos estão tentando descobrir como tirar conclusões sobre o caminho a seguir que, disse Dom Gracias, será apresentado em "uma mensagem para os povos da Ásia e um documento final", uma espécie de "plano pastoral para a Igreja na Ásia".

Direitos Humanos

Respondendo às perguntas dos repórteres, o cardeal indiano disse que durante as várias sessões, foi discutido o "dever da Igreja de proteger a dignidade humana, a justiça, a reconciliação, a Igreja deve ser uma construtora de pontes". Com relação especificamente às questões de direitos humanos, Dom Gracias explicou que os bispos estão discutindo como abordar estes problemas para fazer da Ásia um lugar onde se refletem os valores do Evangelho: "Esta é nossa missão, nossa tarefa, nosso chamado. A FABC, acrescentou o cardeal, foi inspirada no CELAM para organizar a Conferência Geral para o 50º aniversário de sua fundação, porque "é uma força inspiradora na América Latina". O órgão entrou em contato com outras conferências regionais para criar "intercâmbios e sinergias porque muitas das preocupações e questões são semelhantes", afirmou.

Contribuições da Igreja na Ásia

Com relação às contribuições únicas que a Igreja na Ásia pode dar à Igreja em outros países, o Cardeal Bo listou alguns "valores asiáticos que podem ser compartilhados", tais como "família, espiritualidade, respeito pelos idosos e pais, paz e meditação e sacralidade", uma vez que a grande maioria das pessoas tem alguma conexão com uma tradição religiosa. Dom Gracias reiterou enfatizando que embora a Igreja na Ásia seja uma Igreja 'jovem', chegou o momento de dar uma contribuição para a Igreja em geral. Em particular sobre um ponto específico como o diálogo inter-religioso: 'Temos experiência porque não é uma opção, mas uma necessidade', afirmou o cardeal.

Os jovens

Respondendo a uma pergunta sobre como alcançar os membros mais jovens da Igreja, ele disse: "Estamos conscientes dos jovens e eles são um componente importante do nosso planejamento e visão. Queremos que os jovens estejam conosco, sejam parceiros plenos”. A Igreja aprecia sua generosidade e seu desejo de participar na criação de mudanças. "Eles são indispensáveis em tudo o que fazemos", acrescentou. Enquanto que o Cardeal Bo observou que foi falado entre os bispos que "os líderes da Igreja terão que aprender a fazer uso das redes sociais. Para chegar aos jovens, temos que estar onde os jovens estão". O Cardeal Kriengsak, por outro lado, disse que no domingo passado a FABC participou de visitas virtuais à paróquia online e que muitas das apresentações e orações matinais foram realizadas virtualmente, justamente para envolver muito mais pessoas no evento, especialmente a geração mais jovem.

Bispos da China

Perguntado se teve algum envolvimento dos bispos da República Popular da China, Dom Gracias respondeu que eles estavam envolvidos, mas que não puderam estar presentes por causa da pandemia. A mesma razão pela qual a Conferência foi adiada duas vezes. No entanto, o cardeal disse que representantes do episcopado chinês participaram de várias outras atividades com a FABC.

Criação de mais cardeais asiáticos

Dom Gracias respondeu à pergunta dos jornalistas sobre as muitas nomeações de cardeais asiáticos no último Consistório, pelo Papa Francisco em agosto. Para o cardeal, a Ásia está dando uma maior contribuição à Igreja em geral: "O Papa quer tornar a Igreja mais internacional e menos eurocêntrica. O Cardeal Bo acrescentou que "o Santo Padre está interessado e presta atenção ao povo das periferias, os mais pobres. Os povos da Ásia frequentemente são esquecidos e é onde vivem algumas das pessoas mais pobres do mundo, afirmou.

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25 outubro 2022, 12:45