Festa de São Francisco: em Assis, lâmpada votiva recorda vÃtimas da Covid
Andressa Collet - Pope
"Não sabemos em que data São Francisco nasceu, mas nós o recordamos e celebramos São Francisco em 4 de outubro numa festa, eu diria, multifacetada, porque é um evento religioso espiritual, cultural, nacional - aqui na Itália, eclesial - da família franciscana, que envolve todos", explica Frei Jorge Fernandez diretamente do Sacro Convento de Assis, na Itália. O país, em especial, comemora nesta terça-feira (4) o seu padroeiro, também fundador da Ordem Franciscana e um dos santos mais amados ao redor do mundo, um farol para a Igreja pela sua plena adesão ao Evangelho.
A lâmpada dedicada às vítimas da Covid
As atividades na cidade italiana de Assis, dessa forma, percorrem o dia inteiro para festejar o santo. Durante a manhã, com solene celebração eucarística presidida pelo presidente dos bispos italianos e também arcebispo de Bologna, cardeal Matteo Zuppi. E vem da própria Conferência Episcopal Italiana (CEI), através da Caritas local, o óleo que alimenta a lâmpada votiva que queima ininterruptamente junto ao túmulo de São Francisco, acesa pelo presidente da Itália, Sergio Mattarella, em nome de todos os cidadãos do país, e neste ano intitulada "Lâmpada Votiva dos Comuns da Itália".
O presente dos bispos, 1.000 litros de óleo no total, são provenientes das dioceses italianas de Bari-Bitonto e Nardò-Gallipoli. "Será bonito saber que o nosso óleo, fruto do trabalho de muitos, consumido na lâmpada, se tornará uma oração que o povo italiano elevará a Deus para que no mundo haja a força para construir diariamente a paz e a harmonia das nações, especialmente para aquelas duramente atingidas por guerras, desordens sociais, fome e pobreza", disse Pe. Vito Piccinonna, diretor da Caritas Bari-Bitonto e presidente da Fundação Opera Santi Medici.
Único abraço de oração e fraternidade
Por ocasião do evento, os frades de Assis e a CEI lançaram a iniciativa on-line dedicada a todos que faleceram vítimas da Covid "Reza pelo meu caro", num "único abraço de fraternidade, oração e solidariedade", disse Frei Marco Moroni, custode do . Após dois anos de pandemia e confiando a Deus todos que faleceram na pandemia - especialmente aqueles que, por causa das restrições do vírus não puderam receber o último adeus dos familiares - os nomes recebidos de maneira virtual serão depositados diante do túmulo de São Francisco.
"A mensagem principal é a solidariedade", acrescenta Frei Jorge, embora a urgência absoluta hoje seja a paz para a Itália, para a Europa e para o mundo: "devemos nos unir em oração para pedi-la, gritando com todo nosso coração e espírito". Frei Daniel Palattykoonathan, do próprio Sacro Convento de Assis, também está convencido de que este é um convite dirigido a todos: "devemos trabalhar juntos com São Francisco pela paz, recuperando o espírito de cooperação posto em prática pelos trabalhadores da saúde para enfrentar a pandemia".
Todos frades, enfim, confiam no exemplo de São Francisco, em sua capacidade de falar com as pessoas e de abrir os corações até mesmo dos mais distantes. "São Francisco", concluiu Frei Mario Cisotto, "morreu sem deixar um centavo, mas depois de oito séculos ainda estamos aqui para tirar algo de seu legado".
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