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Crucifixo danificado na regi?o de Gostomel, Ucr?nia. REUTERS/Mikhail Palinchak Crucifixo danificado na regi?o de Gostomel, Ucr?nia. REUTERS/Mikhail Palinchak

Schevchuk: com a virtude do altru¨ªsmo crist?o vencer o mal, o ¨®dio, a corrup??o

"Vemos, especialmente, nas condi??es de guerra, como a corrup??o em suas v¨¢rias formas ¨C pessoal, social, estatal ¨C mata. Pois a corrup??o ¨¦ a primeira destrui??o moral, ¨¦ o apodrecimento de estruturas inteiras. Vemos como o ex¨¦rcito russo, que deixa tudo e foge das terras ucranianas, tenta apesar de tudo levar consigo tudo o que pode roubar."

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Queridos irmãos e irmãs em Cristo!

Hoje, domingo, 11 de setembro de 2022, e já é o 200º dia da grande guerra que a Rússia está travando contra o povo ucraniano, 200 dias de resistência nacional contra o ocupante russo, de onde quer que venha, seja como ele queria chegar nossas terras ucranianas dadas por Deus.

A principal notícia ontem e desta noite foi a rápida desocupação de cidades e vilarejos na região de Kharkiv como parte de uma brilhante contra-ofensiva do exército ucraniano. Grandes cidades como Kupyansk, Izyum (120 km a leste de Kharkiv) e muitas outras foram libertadas.

Mas todos nós entendemos que cada passo, cada libertação, cada lágrima de alegria que nosso povo tem ao ver seus libertadores está salpicada com o sangue de nossos soldados.

Hoje, quando ouvimos falar do 200º dia, de alguma forma ressoa no coração "200°"* que, segundo a terminologia militar, significa "morto em combate", aquele que deu a vida para defender a sua pátria. (*termo militar: O valor 200 indica: - transporte de uma pessoa falecida em um caixão especial de zinco selado para o local do enterro - baixas irreversíveis de batalha. Termo usado para não semear o pânico com dados chocantes sobre o número de soldados mortos - NdT)

E neste domingo, rezamos e inclinamos nossas cabeças, prestando homenagem aos nossos jovens que, especialmente nestes dias, ao custo de suas vidas, libertaram a terra ucraniana de seu ocupante.

 

Na noite passada, a terra ucraniana foi sacudida novamente por foguetes, bombas e artilharia russos. Esta manhã, as autoridades ucranianas relataram que 16 ataques com mísseis e 34 ataques aéreos foram realizados em cidades e vilarejos ucranianos pacíficos. Kharkiv e Mykolaiv, Dnipro e Dnipropetrovsk estremeceram. A cidade de Zaporizhia tornou-se um centro especial de acolhimento para vítimas e refugiados, como muitas outras cidades do centro, leste e sul da Ucrânia.

Segundo relatos, mais de 130.000 prédios residenciais foram destruídos durante esta guerra injusta, o que significou que três milhões e meio de ucranianos ficaram desabrigados; eles não têm onde passar o inverno; não tem onde se proteger do frio que se aproxima.

Mas a Ucrânia está de pé, a Ucrânia está lutando, a Ucrânia está rezando.

E agradecemos a Deus e ao exército ucraniano pelo fato de estarmos vivos; pelo fato de que, após 1º de setembro, mais de 2.000 quilômetros quadrados de terras ucranianas já tenham "desocupados". A bandeira ucraniana torna-se verdadeiramente um símbolo de paz e liberdade, pelo qual rezamos a Deus todos os dias.

Hoje, mais uma vez, quero convidá-los a refletir sobre um ponto muito importante, um mandamento importante do Guia Social do Crente. O sétimo mandamento diz: ¡°Pratico o altruísmo. Não usurpo o bem comum ou pessoal do meu próximo no âmbito material, espiritual ou intelectual. Farei todo o possível para não aceitar ou dar subornos."

O altruísmo é uma característica especial do crente. Porque às vezes, quando uma pessoa não vê a própria vantagem em uma obra, em uma ação, ela não vê sentido em perseverar.

Mas o altruísmo é a maneira de amar o próximo. O próprio altruísmo é ser útil àqueles que me rodeiam. Em particular, servir os pobres, os fracos, os necessitados, os marginalizados, os desamparados é uma forma particular de adorar a Deus. Porque sabemos que Deus é altruísta a nosso respeito. E quando buscamos o bem do próximo da mesma forma, estamos demonstrando verdadeiramente o amor de Deus por todos nós. E, portanto, colocando em prática o mandamento do amor: "Ame o seu próximo como a si mesmo".

Vemos que no contexto desta guerra, o desejo de se apropriar do território dos outros é causa da guerra. Possuir a propriedade alheia, seja ela material, espiritual ou intelectual, o desejo de arrogá-la, de apropriar-se dela - torna-se motivo das ações de todo um Estado, que alimenta a mentalidade colonial, que busca colônias para resolver seus problemas internos . E o roubo parece tornar-se, por assim dizer, o significado da política estatal.

Como cristãos, devemos vencer o mal com o bem. E com nosso altruísmo em nome de Deus, devemos criar um espaço de amor, de respeito, também em relação à propriedade do próximo.

Vemos, especialmente, nas condições de guerra, como a corrupção em suas várias formas ¨C pessoal, social, estatal ¨C mata. Pois a corrupção é a primeira destruição moral, é o apodrecimento de estruturas inteiras. Vemos como o exército russo, que deixa tudo e foge das terras ucranianas, tenta apesar de tudo levar consigo tudo o que pode roubar.

Hoje devemos realmente lutar não somente pelas relações humanas saudáveis, mas também pela ¡°saúde¡± da nossa sociedade e de nosso Estado. E é por isso que devemos dizer a nós mesmos hoje: "Eu não dou nem aceito suborno." Só assim poderemos realmente cuidar do bem comum.

E quem hoje é mestre neste altruísmo são os nossos soldados, que estão prontos a dar a vida para salvar do invasor, do estrangeiro ganancioso, aquelas pessoas que nunca viram e nunca conheceram. Mas quando nosso soldado abraça mulheres e crianças que lhe dizem: "Nós rezamos e esperamos por vocês por seis meses", então essas lágrimas de alegria são uma recompensa espiritual e moral, as mais belas palavras de gratidão pelo sacrifício de nosso exército .

Moradores cumprimentam soldados em um local dado como Kozacha Lopan, região de Kharkiv, Ucrânia nesta captura de tela obtida de um vídeo de mídia social divulgado em 11 de setembro de 2022. Facebook/Vyacheslav Zadorenko/via REUTERS
Moradores cumprimentam soldados em um local dado como Kozacha Lopan, região de Kharkiv, Ucrânia nesta captura de tela obtida de um vídeo de mídia social divulgado em 11 de setembro de 2022. Facebook/Vyacheslav Zadorenko/via REUTERS

Ó Deus, receba nossos soldados caídos em seu abraço eterno. Vamos todos aprender com eles o altruísmo no amor ao nosso país. ¡°Pois não há amor maior do que dar a vida por seus amigos¡±.

Ó Deus, dê vitória ao exército ucraniano sobre os ocupantes russos.

Ó Deus, ajuda-nos a vencer o mal com o bem, o ódio com o amor e toda corrupção com a virtude do altruísmo cristão.

Deus, abençoe nossa Ucrânia, nosso povo ucraniano com Sua paz celestial e justa.

Que a bênção do Senhor esteja sobre vocês por meio de Sua graça e amor pela humanidade,  agora e para todo e sempre, amém!

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Svyatoslav+
Pai e Primaz da Igreja Greco-Católica Ucraniana
11.09.2022

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11 setembro 2022, 19:27