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Catedral caldeia de São José em Bagdá, durante visita do Papa Francisco ao Iraque Catedral caldeia de São José em Bagdá, durante visita do Papa Francisco ao Iraque 

Para Patriarca Sako, não há obstáculos à plena união entre as Igrejas Caldeia e Assíria do Oriente

Em um longa e articulada mensagem intitulada "unidade e pluralidade da Igreja", o patriarca caldeu apresenta argumentos sólidos que são as fontes doutrinais e teológicas sobre as quais se baseia o retorno à plena comunhão entre algumas Igrejas católicas orientais e as antigas Igrejas orientais que com elas compartilham o mesmo patrimônio litúrgico, teológico e espiritual, e embora não em plena comunhão com o Papa nunca tiveram conflitos dogmáticos diretos com a Igreja de Roma e seu Bispo.
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Dos estudos aprofundados sobre o "patrimônio oriental" e dos escritos dos "Padres da Igreja" não emerge nenhum elemento que possa "impedir" a "fusão" entre a Igreja Caldeia e a Igreja Assíria do Oriente sob a comum denominação de "Igreja do Oriente". É o que escreve o Patriarca de Bagdá dos caldeus, cardeal Louis Raphael I Sako, em mensagem publicada na mídia do Patriarcado em que volta a relançar o objetivo de unidade entre as diferentes denominações cristãs para proteger e garantir sua própria sobrevivência. O mesmo, continua o cardeal, é válido para a Igreja Siríaca Católica e Ortodoxa com o nome de Igreja Siríaca de Antioquia, e para todas as outras realidades que “compartilham uma terra comum, liturgia, língua, patrimônio e história”.

A unidade entre as Igrejas é um tema recorrente e fundamental para o patriarca caldeu, que em mais de uma ocasião no passado propôs um caminho comum entre as várias comunidades eclesiásticas, em particular as católicas orientais. Porque somente unindo forças é possível garantir um futuro para uma realidade minoritária na região médio-oriental, muitas vezes vítima no passado de violências, ataques, marginalização também nos âmbitos político e institucionais dos países a que pertencem.

Ao longo da história, explica ele, essas Igrejas "abraçaram muitos povos, nacionalidades e línguas diferentes", a partir das quais é possível chegar a uma síntese comum. "É possível - sublinha o primaz caldeu - estudar este 'projeto unitário' por meio de um diálogo corajoso, para que possamos garantir o futuro e uma presença influente nas nossas sociedades". O ser minoria, somado às injustiças e à migração forçada, adverte, levaram muitos a emigrar para as nações da "diáspora", enquanto as terras originárias são também aquelas que "nos primeiros sete séculos de história acolheram a maioria dos cristãos".

Ao mesmo tempo, o cardeal iraquiano no texto certifica com sólidos argumentos quais são as fontes doutrinais e teológicas sobre as quais se baseia o retorno à plena comunhão entre algumas Igrejas orientais católicas e as antigas Igrejas orientais que com elas compartilham o mesmo patrimônio litúrgico, teológico e espiritual, que embora não em plena comunhão com o Papa, nunca tiveram conflitos dogmáticos diretos com a Igreja de Roma e seu Bispo.

Ademais, para o cardeal Sako, a unidade não significa renegar e anular as próprias identidades ou, pior ainda, dispersá-las em uma "uniformidade" anônima. Pelo contrário, a unidade significa preservar “uma fé comum, respeitar a liderança de cada Igreja, a sua tradição, a liturgia, a nacionalidade e língua”.

Sua unidade na fé é "real, não fictícia - continua o purpurado - e é em primeiro lugar uma "unidade teológica" baseada na Trindade e em Deus Pai. “O ecumenismo - diz ele - reside na diversidade e no pluralismo. Começa dentro de uma paróquia, uma diocese, um patriarcado e depois entre as próprias Igrejas”.

O Patriarca caldeu exorta a não “temer os desafios” ou as críticas de que o próprio patriarca é objeto, em particular por suas “interferências na política”, o que ele não reconhece. “Defendo a nossa cidadania, as pessoas oprimidas – sublinha o cardeal Sako -, e conclamo o governo a criar um regime civil. Além disso, não sou filiado a nenhum tipo de partido e não recebo 'suborno' de ninguém".

Por fim, o purpurado relança o desafio do ecumenismo que implica "uma nova visão para as Igrejas", uma "formação do clero" e uma maior "abertura" aos sacerdotes e fiéis. E ainda, uma renovação da educação teológica e espiritual e o reconhecimento dos “sinais” do amor de Deus para prosseguir juntos em “unidade, amor, serviço e testemunho”. “Devemos fortalecer a presença cristã neste turbulento Oriente Médio – conclui – e acabar com o fanatismo e egoísmo eclesiástico, assim como nacional e étnico”.

*Com informações de Asianews

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20 setembro 2022, 12:29