Bangladesh. Oração pela abolição da pena de morte, segundo as intenções do Papa
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A comunidade católica em Bangladesh está realizando um intenso e difundido trabalho de conscientização e de oração pela abolição da pena de morte, partindo da intenção de oração que o Papa Francisco confiou à sua "Rede Mundial de Oração" para o mês de setembro.
Essas intenções, observam os fiéis bengaleses, expressam a grande preocupação do Papa com a humanidade e a missão da Igreja, e visam transformar a oração em gestos concretos, a fim de que ela se torne uma bússola para uma missão de compaixão no mundo inteiro.
Fiéis em oração em resposta ao convite do Papa
"Concordamos totalmente com o Papa Francisco sobre a necessidade de abolir a pena capital também em Bangladesh. O dono de nossa vida é Deus, graças a Ele temos vida e só Ele pode tirar nossa vida, ninguém tem o direito de tirar sua própria vida", comenta o secretário da Comissão episcopal para a unidade dos cristãos e o diálogo inter-religioso e assistente pároco da paróquia de Beneedwar em Naogaon, padre Patrick Gomes. O sacerdote lembra que "ninguém tem o direito de matar uma pessoa, seja ela um pecador ou um santo".
"É necessário encontrar punições e caminhos alternativos à pena de morte; pode-se acompanhar e seguir os condenados num caminho de recuperação, arrependimento, reconciliação com a vida e com as pessoas prejudicadas. Deus dá um coração e pode transformá-lo. Um coração é transformado pelo amor e pelo cuidado. De Bangladesh, nos unimos fortemente ao apelo pela abolição da pena de morte", diz o padre Gomes, contando que todos os fiéis, em resposta ao convite do Papa, estão rezando este mês pela abolição da pena capital.
Adesões à mobilização pela abolição da pena de morte
O convite do Papa para que todas as pessoas de boa vontade se mobilizem pela abolição da pena de morte no mundo é bem-vindo e compartilhado em Bangladesh não apenas pelos cristãos, mas também pelos líderes de outras comunidades religiosas.
O secretário geral da Federação Budista de Bangladesh, Bhikkhu Sunanda Priyo, um proeminente líder religioso budista, diz estar próximo do pensamento do Papa Francisco: "Embora alguém possa cometer um crime grave, de acordo com a visão do budismo, não é lícito matá-lo. Ao invés disso, é necessário estar próximo ao condenado, aconselhá-lo e dialogar com ele para que ele mesmo possa mudar".
A pena de morte nunca resolve os problemas
"Se uma pessoa condenada recebe a pena capital, ela não pode seguir um caminho de expiação, então não pode sentir e entender o que fez de errado. Portanto, de acordo com nossa visão budista, a pena de morte deve ser abolida no mundo inteiro."
Sujon Roy, um jovem de fé hindu, diz apoiar a intenção de oração do Papa: "A pena de morte nunca resolve os problemas. É contra a criação de Deus. Ela deveria ser revogada de nossa legislação".
Execuções aumentaram no país 60% em 2021
Em uma nação com grande maioria islâmica, Mohammad Hatam, imame na Mesquita e madraça de Darus Salam Hussainia e na capital Daca, expressa uma opinião diferente: "O Islã permite a pena de morte, de acordo com o Sagrado Alcorão. A pena capital pode servir para diminuir os crimes agindo como um dissuasor".
Em Bangladesh, 162 pessoas foram condenadas à morte em tribunais de todo o país nos últimos seis meses. A disposição da pena de morte está em vigor no Código Penal de Bangladesh para 33 delitos. Em 2020, o governo também aprovou a pena de morte como a pena máxima para o crime de estupro. De acordo com a Anistia Internacional, o número de execuções em Bangladesh aumentou 60% em 2021 em comparação com o ano anterior.
(com Fides)
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