·¡³Ù¾±¨®±è¾±²¹: apelo da Eparquia de Adigrat pelo fim do conflito no Tigr¨¦
A Eparquia católica de Adigrat, na Etiópia, fez mais um premente apelo ao governo federal, aos governos de outros países que o sustentam, às organizações não governamentais, nacionais e internacionais, bem como às empresas que estão contribuindo ou poderiam contribuir de alguma forma para o prolongamento da guerra, assédio e bloqueio na região Tigré (Tigray).
Em um comunicado enviado à Agência Fides, a Eparquia afirma que é preciso ¡°entender que esta contínua situação de genocídio silencioso está consumindo a cada dia, hora e minuto, um número imenso de vidas de inocentes de crianças, mulheres e homens, de todas as idades. Deixar de apoiar e nutrir este ódio e desbloquear e restabelecer os serviços básicos para a população do Tigré; pressionar com seriedade o governo para adotar medidas e um diálogo pacífico do governo com todos os organismos envolvidos no conflito¡±.
O bispo da Eparquia de Adigrat, Dom Tesfaselassie Medhin, disse ainda que ¡°junto com a população, com meu clero e com os religiosos, religiosas e leigos da diocese, também compartilho do sofrimento do meu povo; não posso deixar de elevar a minha voz contra estes acontecimentos dolorosos, implorando a paz de nosso Deus amoroso, diante do qual me ajoelho, todos os dias, para rezar: ¡°Ele deu a sua vida para que a humanidade tenha vida e a tenha em abundância¡±.
O eparca etíope acrescenta que "espera que esta terrível situação seja resolvida o mais rápido possível. Somos e seremos testemunhas dos horrores de uma crise humanitária, que piorou muito e ceifou inúmeras de vidas no Tigré. Por isso, como membro do corpo místico da Igreja Católica e iluminado pelos seus valores evangélicos e princípios de justiça social, faço mais um urgente apelo ao Governo federal e a todos os órgãos competentes para que coloquem um ponto final neste eterno conflito no território dos tigrés¡±.
¡°Nos últimos meses - explica Dom Medhin ¨C pudemos contar com algumas ajudas humanitárias, embora muito reduzidas, para suprir as necessidades existentes. Todos os serviços básicos, como transportes terrestres e aéreos, telecomunicações, bancos ,continuam bloqueados; os bens e serviços básicos são inacessíveis para a população: não estão disponíveis nos mercados ou, se estiverem, têm um preço extremamente alto; além do mais, a falta de combustível e de dinheiro, associados às sanções impostas pelo governo federal, impedem que a ajuda humanitária chegue às pessoas afetadas pela guerra, em vários distritos rurais e urbanos da região do norte da Etiópia¡±.
O bispo da Eparquia de Adigrat denunciou ainda que ¡°as Casas de formação da Igreja Católica, bem como as instituições que prestam assistência aos necessitados, estão impossibilitadas de prestar serviços adequados aos fiéis e à população em geral. É muito difícil ou até impossível fornecer meios de subsistência pastorais, educacionais, sanitários, humanitários, bem como a adaptação e a mitigação às mudanças climáticas, previstos pelos programas de desenvolvimento sociológico. O assédio e o bloqueio no Tigré por parte do governo e das forças de ocupação, isolaram completamente os pastores e as comunidades do resto do mundo e das redes católicas internacionais. De consequência, 5,2 milhões de pessoas são obrigadas a passar fome pela escassez e a falta de alimentos¡±. ¡°Estamos muito agradecidos às parcerias locais e internacionais ¨C conclui o Bispo - que nos dão apoio e a todos os que estão trabalhando para acabar com esta tribulação causada pela crise humanitária¡±.
Segundo a última avaliação do Setor de Educação do Tigré, estima-se que 1,7 milhão de estudantes estão sem receber instrução há quase três anos devido à Covid-19 e a dois anos de guerra.
Mais de 2 milhões de pessoas vivem em centros de refugiados, em várias cidades, aldeias e áreas rurais do Tigré, dos quais mais de 100.000 em Adigrat, sem comida, abrigo, água, remédios e outras necessidades básicas.
O conflito na região do Tigré, na Etiópia, remonta ao início do mês de novembro de 2020. Segundo as estimativas, quase 7,4 milhões de pessoas passam por uma grave situação humanitária.
*Com Agência Fides
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