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Segundo relatório de “Nonna Roma”, ao menos 16 mil pessoas vivem nas ruas de Roma. Segundo relatório de “Nonna Roma”, ao menos 16 mil pessoas vivem nas ruas de Roma. 

Brasileiros no serviço aos pobres e imigrantes em Roma

A Apóstola do Sagrado Coração de Jesus, Irmã Marta, e o seminarista Welton do Instituto Verbo Divino - ambos brasileiros residentes em Roma -, realizam serviço de voluntariado no refeitório da Casa De Boas-Vindas "Santa Giacinta", organizado pela áٲ.

Marília de Paula Siqueira - Cidade do Vaticano

Grande anúncio realizado durante o pontificado do Papa Francisco, sem dúvidas, é o acolhimento aos pobres e imigrantes. “Cada forasteiro que bate à nossa porta - nos diz o Santo Padre - é ocasião de encontro com Jesus Cristo”. Na Itália, em especial na capital Roma, grande é o número de marginalizados do próprio país como de outras nacionalidades.

O seminarista e missionário do Instituto Verbo Divino (Verbitas) Welton é natural do estado do Espírito Santo e está em Roma desde 2020. Ele está cursando Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana. O instituto ao qual ele pertence está presente em cerca de noventa países e realiza formações interculturais. É próprio do carisma do Instituto estar mais próximo dos necessitados.

Estar à disposição dos mais necessitados

 

Welton conheceu a Cáritas através da realização da ação pastoral em uma paróquia no Trentino-Alto Ádige, mesmo tempos de pandemia. Desde então, vem realizando este trabalho de colaboração junto aos mais necessitados.

Ouça o seminarista Welton

Ao iniciar os estudos em Roma, percebi que aqui também chegam muitos imigrantes que precisam de nossa ajuda, por isso me envolvi novamente no serviço de voluntário na Cáritas. Para realizar o trabalho na Cáritas realizei um curso de dois meses. Minha colaboração na Cáritas é através do serviço manual, seja ele servindo aos que vão para alimentar-se quanto também colaborando na arrecadação de alimentos.

Sempre no final da tarde e início de noite são servidas refeições para aqueles que necessitam. Diria que ao servi-los, eles também me acolhem, incentivam e motivam. Durante a refeição eles partilham, nos contam histórias e principalmente as situações de grandes dificuldades.

Muitos que passam pela Casa de Boas-vindas "Santa Giacinta” geralmente estão nervosos e agitadas por problemas pessoais e nos colocamos à disposição para ouvir e sermos próximos. Respeitando as recomendações da pandemia, mas é bonito ver que os voluntários estão à disposição dos irmãos mais necessitados. Eles precisam sentir este acolhimento para que quando oferecermos a eles as palavras de ânimo e coragem estas também seja acolhida por eles. Com certeza é um relacionamento de mão dupla, pois eles nos testemunham suas dores e nós oferecemos o apoio.  Em suma, é colocar o pedido do Papa Francisco em prática.”

A motivação é levar o amor de Jesus

 

Outra brasileira dedica ao serviço de voluntariado na Casa de Boas-Vindas "Santa Giacinta” é a Ir. Marta. Ela mora em Roma há 22 anos e desde 2000 realiza o voluntariado com o grupo GFASC.

Sobre as pessoas que passam pela casa de acolhida e a motivação para o serviço voluntário, Ir. Marta nos diz: “Vi passar tantos Italianos que perderam as suas casas, entre eles principalmente os idosos. Pessoas com problemas de convivência familiar e que acabaram sendo abandonados por elas. Alguns também possuem problemas mentais e físicos, com drogas, pessoas que fugiram das guerras, que deixaram suas famílias para conseguir um trabalho melhor, mas não encontraram. Muitos escolheram a rua como casa. Chama a minha atenção as orações que são feitas antes da alimentação, até mesmo por muçulmanos e ortodoxos.

Ouça a Ir. Marta

A motivação é levar o amor de Jesus, tratar as pessoas que passam por aquele local com bondade, atenção, dignidade e ver no pobre Jesus.

Com este trabalho desenvolvido na Cáritas conheci partes do mundo através de pessoas que passam pela casa de boas-vindas "Santa Giacinta”. É interessante pois cada pessoa tem a sua história e grande parte com muitos sofrimentos e pobreza.

Alguns possuem grande cultura e dons artísticos, mas os erros da vida e as tantas situações os levaram a estar na rua.”

Um momento de grande alegria

 

A grande iniciativa é de ouvi-los e levar alegria a eles, diz Ir. Marta: “Estamos neste local não somente para servir o alimento, mas para fazemos o serviço da escuta e da boa conversa. Em 2021, mesmo estando no período da pandemia, nas Irmãs da Comunidade Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus preparamos um concerto de cantos de natal para as pessoas que passam pelas Cáritas Santa Jacinta. Foi um momento de grande alegria, mas como nos ensina Nosso Senhor, “há mais alegrias em dar do que receber” (At 20,35) e recebemos deles um enorme carinho. Testemunho que um senhor nos entregou 3 moedas, era um sinal de gratidão e de amor.

A Cáritas é braço de serviço aos mais necessitados e traz profundos ensinamentos para a vida, principalmente que no coração aberto de Jesus todos tem um lugar.

Uma família unida por uma causa maior

 

A Ir. Marta também é responsável por um grupo de pessoas que fazem parte do GFASC - Grande Família do Sagrado Coração – o grupo existente dentro da Congregação desde 1994. São famílias que se aproximam da Congregação e com responsabilidade também atuam no serviço de voluntariado junto à casa de acolhida.

“O GFASC atualmente está presente em doze nações. Na Itália temos dezenove grupos. Estas famílias são preparadas para se consagrarem ao Coração de Jesus e entronizam a imagem do Coração de Jesus em suas casas. O objetivo é através desta consagração ajudar as famílias na vivência cristã, cultivando a vida de oração na família. Eles participam da vida na Igreja e do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus.

As famílias contribuem ajudando os mais necessitados e os que sofrem. Em todos os grupos do GFASC apresentamos o aspecto missionário, de sermos bons samaritanos, solidários e principalmente o apoio à Cáritas. São um testemunho para a sociedade, pois colaboram na arrecadação dos alimentos e também em servir alimentação para aqueles que passam pela casa”.

Não falta estímulos do Santo Padre para estes serviços de voluntariado aos pobres e imigrantes. O Santo Padre diz: “São inseparáveis a oração a Deus e a solidariedade com os pobres e os enfermos. Para celebrar um culto agradável ao Senhor, é preciso reconhecer que toda a pessoa, mesmo a mais indigente e desprezada, traz gravada em si mesma a imagem de Deus.”

Que o nosso olhar esteja atento ao incentivo do Papa Francisco para com os mais pobres e imigrantes.

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30 junho 2022, 12:37