Igreja na µþ´Ç±ô¨ª±¹¾±²¹: sinodalidade e co-responsabilidade
Pope
Seu vicariato está localizado no território amazônico, e o verde é a cor que o distingue. São 111 mil quilômetros quadrados, um terço da Itália. A proteção ambiental é uma das principais questões e isso é cada vez mais evidente por causa das preocupantes previsões dos especialistas que veem a Amazônia boliviana em risco nos próximos trinta anos. Para a Bolívia, após as tensões sociais e políticas de 2019, há também outras questões a tratar, sobretudo a da justiça e também o crescimento do desemprego, ligados à crise da pandemia. Dom Eugenio Coter, italiano de 65 anos, Vigário Apostólico de Pando, no norte da Bolívia, fala ao Pope sobre a situação.
Dom Coter, qual é a situação em seu vicariato, do ponto de vista eclesial e social? Em que contexto vive a população?
O vicariato é um espetáculo da natureza, desde os grandes rios até a floresta amazônica. Ele cobre mais de 100 mil quilômetros quadrados, um território igual a um terço da Itália. Conta com seis paróquias, e há também um barco que atua, digamos, como uma paróquia navegante pelos rios. Habitado por cerca de 260 mil pessoas, um quarto das quais vivem em centenas de vilarejos, o restante em três cidades. Um território onde as pessoas vivem de serviços, pecuária, colheita de nozes amazônicas, com forte atividade de extração de madeira, muito mercúrio e ouro. Uma realidade eclesial muito viva, especialmente para os leigos. Temos mais de 150 mil celebrações da Palavra a cada domingo, uma experiência de Igreja compartilhada com os leigos. Uma bela realidade, que nos desafia a ser uma face visível de nossa Igreja.
Depois do Sínodo da Amazônia e da encíclica "Laudato si", qual é a situação da Amazônia?
Continua a ser ameaçada, segundo especialistas se seguirmos neste ritmo, em trinta anos perderemos o território amazônico da Bolívia. Talvez sejam cinquenta, mas estamos nos aproximando cada vez mais do ponto de não retorno. É necessária uma ação imediata e dispendiosa, porém, na classe política ainda há uma falta de percepção deste risco. A população, também graças ao Sínodo, aumentou a sensibilidade ao meio ambiente, até mesmo os indígenas são cuidadosos ao queimar o mato. Há uma maior consciência, aumentou o sentimento de culpa. Os agricultores que vêm dos planaltos não estão acostumados a administrar a terra da mesma forma que os indígenas, muitas vezes o fogo acaba destruindo anos de trabalho nas plantações.
Quais são os desafios para a Igreja boliviana?
Continuar a acompanhar as pessoas tanto em seus sofrimentos, quanto em suas alegrias. Criar uma sensibilidade para cuidar da casa comum e abrir-se à participação dos leigos, mesmo com papéis decisórios. Ainda há resistência, às vezes, nas próprias paróquias e também em níveis mais elevados. Sinodalidade e co-responsabilidade neste sentido são duas palavras importantes.
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