Patriarca Pizzaballa: Ressurreição é a irrupção da vida de Deus na nossa
Pope
"Talvez tenhamos nos acostumado tanto à ideia da Ressurreição que não nos damos conta do quão chocante é o significado deste Túmulo vazio. E ainda assim, se pensarmos bem, é uma loucura, pelos padrões humanos, acreditar que pode haver uma ressurreição. E, no entanto, esta é a nossa fé." Foi o que disse o patriarca latino de Jerusalém, dom Pierbattista Pizzaballa, ao celebrar no domingo, 17 de abril, a Missa de Páscoa na Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém.
A Ressurreição é a irrupção de Sua vida na nossa
"Acreditamos que a Páscoa é a última e definitiva intervenção de Deus, na história, para todos. O mais inesperado e o mais surpreendente. Acreditamos que depois de nos ter salvo do nada, da escravidão, do exílio, Deus ainda tinha que nos salvar de um último inimigo, que é a morte, ou seja, o pecado."
"Acreditamos e hoje proclamamos que a morte é todo lugar onde Deus está ausente, onde o homem fica sem um relacionamento com Ele: este é o verdadeiro fracasso da vida. De fato, a vida não fica sem sentido quando nos falta algo ou quando sentimos dor, mas quando nos falta o Senhor, porque sem Ele estamos sozinhos."
"A morte - reiterou o patriarca - se encontra onde Deus não é mais a Fonte, onde não somos capazes de dar espaço para Ele." "A Ressurreição é a irrupção de Sua vida na nossa. Hoje dizemos que acreditamos em tudo isso. Esta consciência - explicou o arcebispo - não nos isenta da experiência da provação, da dor, da escuridão."
Pensemos nos dramas que a pandemia deixou para trás
"Tudo isso permanece, mas não é mais uma condenação: em cada uma dessas situações pode entrar a confiança de que Deus está conosco, que também daí Ele pode haurir a vida." Pizzaballa mencionou, entre as situações de morte, "as difíceis condições em que muitas partes do mundo se encontram hoje: na Terra Santa, na Ucrânia, no Iêmen, em alguns países da África e da Ásia".
"A vida que hoje celebramos aqui, em outros lugares com cinismo e arrogância é desprezada e humilhada todos os dias. Mas também em cada um de nós, em nossas relações, em nossos afetos, em nossas comunidades, em nossas vidas diárias, não deixamos de experimentar a morte, a dor e a solidão. Pensemos também nos dramas que a pandemia deixou para trás."
Todavia, advertiu o patriarca latino, não devemos confundir "a Ressurreição com a recuperação, com o retorno à normalidade da vida, nem com a resolução de conflitos de qualquer tipo".
Somente encontro com Ressuscitado pode nos dar vida plena
"A Ressurreição não é, em suma, um símbolo genérico de paz e harmonia ao qual tomar como referência, mas, como dissemos, a irrupção da vida de Deus na nossa, é fonte do perdão, é a resposta à nossa solidão, a realização do desejo de Deus de unidade e amor pelo homem."
"Somente o encontro com Cristo Ressuscitado pode nos dar a verdadeira ressurreição, uma vida plena, que nos faz estar no mundo com a paixão e a força de pessoas livres e redimidas", enfatizou o patriarca latino de Jerusalém.
"Não nos retiremos, portanto, nem nos fechemos em nossos medos. Não permitamos - concluiu - que a morte e seus súditos nos amedrontem. Seria negar, com a vida, a nossa fé na Ressurreição."
(com Sir)
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