Caritas se mobiliza para levar socorro aos atingidos por explosão de vulcão em Tonga
“Há cinzas por toda parte. A eletricidade não é estável. Ainda não há serviço telefônico para as ilhas mais distantes. Não há conexão à Internet. Entre os principais problemas está a falta de água: as pessoas bebem água engarrafada das lojas, mas não há o suficiente para durar muito e satisfazer as necessidades de todos”.
Esse é o quadro traçado pela Caritas Tonga à rede das Caritas da Oceania e Ásia-Pacífico, que estão se organizando para monitorar a situação e enviar as primeiras ajudas humanitárias após a erupção do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha'apai em 15 de janeiro e o tsunami que se seguiu. O desastre atingiu 84% das cerca de 105.000 pessoas que vivem no reino de Tonga, tornando problemático o abastecimento de alimentos e água para a população.
A Caritas Tonga, bem como toda a Igreja local, se mobilizou para prestar socorro, ajuda e assistência às populações afetadas. Conforme apurou a Agência Fides, o bispo de Tonga, cardeal Soane Patita Paini Mafi, enviou uma carta a todas as paróquias pedindo doações de alimentos e outros materiais, a serem destinados sobretudo às Ilhas Ha'apai, especialmente aos deslocados, transferidos em outros locais.
A Igreja criou uma "Equipe Diocesana de Desastres" especial, composta por pelo menos um representante de cada área ou vicariato, e que se reunirá regularmente para acompanhar a situação e as necessidades nas várias ilhas.
As pessoas evacuadas das ilhas Mango e Atata para Tongatapu estão alojadas em alojamentos temporários em Sopu, na área de Nuku'alofa.
A Igreja constata "uma clara necessidade de apoio psicossocial para esses grupos em particular". Enquanto se espera que o governo cuide também de organizar apoios deste tipo, os operadores e voluntários da Caritas Tonga estão atentos aos aspectos dos traumas psicológicos que acompanham os desastres e emergências deste tipo, e estão dispostos a monitorar a situação e também intervir neste setor.
No ranking do Índice de Risco Mundial de 2020, o arquipélago de Tonga (173 entre ilhas e ilhotas), é o segundo país do mundo mais exposto ao risco de desastres causados pelas mudanças climáticas, depois de Vanuatu, outro arquipélago no Oceano Pacífico.
Em novembro passado o cardeal Mafi, que também é presidente da Caritas Oceania, havia lançado um alarme na Conferência do Clima da ONU em Glasgow (COP26), relatando a frequência de tempestades, ciclones, inundações e erosões costeiras, e observando que a "sua terra não é mais segura para as gerações futuras".
A Diocese de Tonga, que abrange todo o reino de Tonga e o Estado insular de Niue, tem cerca de 15 mil católicos entre seus 105 mil habitantes, com 43 sacerdotes, dois religiosos e 34 freiras, divididos em 15 paróquias.
*Com Agência Fides
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